Tuesday, December 29

Lisbon


Friday, December 25

Every fuckin' single thing about you


"I said I love you, and that's forever 
And this I promise from the heart 
I could not love you any better 
I love you just the way you are"

Thursday, December 17

Tuesday, December 15

Pedra no sapato



It sucks to feel like this.

Tuesday, December 8

Friday, December 4

Because I never knew other way

"Who know where the road will lead us
Only a fool would say
But if you'll let me love you
It's for sure I'm gonna love you, all the way"

Wednesday, December 2


Wednesday, November 25

I found a boy

At some point, based in our life experience, it's hard to believe that you will ever explain yourself again so completely and utterly that someone will know exactly who you are.

But.

"Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am home again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am whole again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am young again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am fun again

However far away I will always love you
However long I stay I will always love you
Whatever words I say I will always love you
I will always love you

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am free again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am clean again".

Tuesday, November 24

Sunday, November 22

In every goodbye



And until living by your side.

Wednesday, November 18

Mas que sei eu

Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?

Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono

Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha

qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha

Ruy Belo

Wednesday, November 11

Monday, November 2

"The world makes all kind of rules for love
I say you gotta let it do what it does"

Friday, October 30


"A tradução é um exercício de reconhecimento, de gratidão para com o outro."

André Markowicz

Saturday, October 24


"When humans experience others (...) paradoxically this experience of getting beyond the self allows humans to become as fully human as we can be, that is, human in the context of a biologically rich world full of other interesting living beings."

Paul Waldau, Animal Rights - What everyone needs to know
O.K., nós não trabalhávamos, e para dizer
a verdade nem todas as recordações são boas.
Mas tivemos bons momentos por vezes.
O amor era bom. Eu amava o teu sono inquieto
a meu lado e nunca sonhei com medo.

Devia haver estrelas para grandes guerras
como a nossa.

Sandra Cisneros

Wednesday, October 21


Monday, October 19

Bootleg

Pillow at night

I carry your heart with me (I carry it in
my heart) I am never without it (anywhere
I go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
                                                      I fear
no fate (for you are my fate, my sweet) I want
no world (for beautiful you are my world, my true)
and it’s you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart (I carry it in my heart)

e.e.cummings

Monday, October 12

"You'll never know if you never try"

Friday, October 9


"And you don't know how hearts burn
For love that cannot live yet never dies
Until you've faced the dawn with sleepless eyes
You don't know what love is"

Wednesday, October 7




Monday, October 5

I have so many bruises but you have such a smile

Sunday, October 4


Saturday, October 3

If Piper's grandma says so

"Life is made in the mistakes"

Friday, October 2

No if's

"If my aunt had a dick she would be my uncle".

Thursday, October 1

Monday, September 28

Friday, September 25

Method of loci

The method of loci (loci being Latin for "places"), also called the memory palace or mind palace technique, is a mnemonic device adopted in ancient Roman and Greek rhetorical treatises (in the anonymous Rhetorica ad Herennium, Cicero's De Oratore, and Quintilian's Institutio Oratoria). 

In basic terms, it is a method of memory enhancement which uses visualization to organize and recall information. A lot of memory contest champions claim to use this technique to recall faces, digits, and lists of words. These champions’ successes have little to do with brain structure or intelligence, but more to do with their technique of using regions of their brain that have to do with spatial learning.

Thursday, September 24


"Well the night does funny things inside a man 
These old tom-cat feelings you don't understand"

Wednesday, September 23

Monday, September 21

Ice queen

"The snow glows white on the mountain tonight 
Not a footprint to be seen 
A kingdom of isolation 
And it looks like I'm the queen  
The wind is howling like this swirling storm inside 
Couldn't keep it in, heaven knows I've tried"

Sunday, September 20

Mais uma semana

E agora é que eu vou perdê-los mesmo. Fuck.

Saturday, September 19

Friday, September 18


Saturday, September 12

"O amor é violento como a morte, o ciúme mais áspero do que o Sheol."

Cântico dos Cânticos, citado por Aude Lancelin e Marie Lemonnier, in Os Filósofos e o Amor, p. 264

Monday, September 7

Wednesday, September 2

Just the way you are



Soneto do amigo

Querido, querido J.

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

Semana... 6? (perdeu-se a contagem)

Woohoo! Aos dois e dois desincha a galinha o papo!

Sunday, August 16

Ao leitor

Tuas serão as mulheres que amei
e que nunca perdi, apesar do vento
cruel dos anos, e teu será o enigma
da ilha do tesouro.
Os teus olhos serão meus por um instante
e, em troca de deixar que escutes nos vidros
a chuva que agora escuto, e de fazer-te cúmplice
do meu futuro, que poderás conhecer,
não permitirás que morra e, certa tarde,
deixar-me-ás ser tu em outra chuva.

Joan Margarit

Friday, August 14

Pretending to accept




Isto.

Nem pensar

Não, não me vou render nunca mais a sentimentos de culpa ridículos, só porque parti o coração a alguém que me partiu o meu primeiro. Venham sonos, pesadelos, assombrações. Não, acabei com esta droga de uma vez, o amor não é um jogo e eu não sou batoteira. 

Semana IV

O anti-clímax. Mas desistir não é uma opção.

Wednesday, August 12

A minha pele como um pó


Nada tenho como certo 
Não, o certo nunca foi para mim 
A minha pele como um pó 
Veio o vento a mudar quem sou 
Mas desde que te vi 

Com o coração colado ao peito 
Já, já tão desfeito do que quis 
Sou barco negro e tu farol 
Noite escura estendida ao sol 
Mão no ar, estou aqui 
Vou veloz e vou por ti 

Chama-me que eu vou 
Já te vejo em todo o lado 
Pede-me que eu dou 
Chama-me que eu vou

David Fonseca

Monday, August 10

Clássicos



Porque ficam connosco, de alguma forma.

Thursday, August 6

Semana III - 2.ª parte

As minhas compras enojam-me.

Tuesday, August 4

Pequenos prazeres

O cabelo macio a roçar os ombros (pela primeira vez). O dia a terminar, ainda com luz, às oito e meia. A textura do pão nos lábios. Esperar por ti no espaço certo da cama.

Semana III

Anita vai à lua, de braços firmes e tonificados. Mas as bolas de berlim espreitam em cada esquina.

Friday, July 31

There it is

"When I put my cold feet on him, he's always warm, and only some times annoyed"

In Orange is the New Black

Dica do dia

"O que vem de baixo não me atinge, a não ser que seja ultimate do tide" =D

Esta Europa já não é nossa

Angela Merkel arrives in Athens airport. "Nationality?" asks the immigration officer. "German," she replies. "Occupation?" "No, just here for a few days."


Se eu sei que isto é preconceituoso? Claro. Maldoso, também. Mas o que estão a fazer à Grécia não é menos importante.

Thursday, July 30

Tu que tens o meu olhar

"Vem que amor é o momento
Em que eu me dou, em que te dás"

A chaque fois j''y crois

Wednesday, July 29

Semana 2 - Parte II

It worked! Wiiiii

Está no meu sangue

Todas aquelas coisas que nunca ninguém vai entender, nem acreditar. Porque só eu vivo na minha cabeça, no meu coração, só eu sei o que verdadeiramente sinto. A futilidade de tentar partilhá-las com o exterior, quando este receberá hostil e desconfiado - e de qualquer forma, com que objectivo? Procurar a compreensão, uma segunda/terça/quarta oportunidade de mudar a realidade que lamentamos? Resolvendo de um lado o que se estraga do outro. O dilema sem outra solução que não seja o esquecimento de mim, e um pouco mais de infelicidade realista do meu lado para conquistar a paz nos outros. Mas o pior, sempre, sempre esta vontade de partilha, não conseguir habituar-me à ideia de que não são segredos mesquinhos o que sentimos mas desejos utópicos que como granadas só trazem destruição se lançados para fora. Esta impossibilidade de me conformar completamente às ausências na minha vida, a tristeza de saber que as vou levar comigo para onde for e até ao fim. 

Tuesday, July 28

Semana 2

I'm gonna starve myself to death, see if it works.

Also, sugar substitutes? Might as well put no sugar and live with it. Go Natural, go fuck yourself, you slimmy piece of yac foods. 

(Suponho que cheguei à fase da negação)

Thursday, July 23

Love should be everything or not at all

Estar sem ti causa-me um vazio estranho. É um vazio exagerado, que noutras circunstâncias não sentiria, mas que assim me acompanha, passaram apenas umas horas. É um vazio cheio de aparentes possibilidades - mas são possibilidades que não me apetece explorar. 

Porque afinal de contas de que serve um jogo fora-de-horas, se não jogo contigo, um espaço arrumado, se não é para te acolher?

Wednesday, July 22

Semana 1

A sensação de ter cumprido (com mais ou menos subtileza), uma leveza maior, psicológica ou não. Uma má disposição também - detesto ser proibida de comer o mundo barrado a manteiga e batatas fritas. Mas vai-se andando, vai-se andando.

Monday, July 6

Tuesday, June 30

Again and again and again

"I'd rather bleed with cuts of love
Than live without any scars"

Sunday, June 28

As one


Carta ao Governo

"People, not commercial organizations or chains of command, are what make great civilizations work. Every civilization depends upon the quality of the individuals it produces. If you over-organize humans, over-legalize them, suppress their urge to greatness - they cannot work and their civilization colapses."

Dune, p. 794

Tuesday, June 23

Sabemos que o tempo passou

Sabemos que o tempo passou
Que alguma coisa deveria ter sido dita
(talvez depois, talvez mais tarde)
Deixamos atrás de nós
Uma sequência desconexa de gestos irreparáveis
E, feridos,
Por todas as coisas
que poderíamos ter evitado a nós próprios
Caminhamos para o silêncio
E para a escuridão indefinível dos bosques.

Luís Falcão, in «Pétalas Negras Ardem nos Teus Olhos», ed. Assírio & Alvim, 2007

Declaração de intenções

"Eu, pessoa igual a mim própria, tenho jeito para muita coisa mas não sei fazer nada de jeito. O meu maior talento é não saber utilizar o tempo e a inteligência, por isso escrevo banalidades sem voltar atrás para as ler, de acordo com o meu próprio acordo ortográfico. Gosto de escrever coisas com as quais discordo passado meia hora e nem sempre tenho capacidade para responder aos comentários. (...) Tudo o que eu digo é mentira até prova em contrário. As minhas sinceras desculpas."

Ou não.

Aqui: http://febredosfenos.blogspot.pt/

Paixões


(Foto da Cócó, que espero não se importe que a peça emprestada)

Apaixonei-me, e nem dei por isso. Quer dizer, havia uma grande atracção, ainda antes de nos conhecermos, mas a convivência íntima deixou-me uma sensação de perda irreparável quando nos tivemos de separar. E agora quando vejo fotos tuas às vezes dá-me um aperto no coração, até uma lágrima marota no olho. Não é como se nunca mais fosse até ti, espero; o que eu não sabia é que também se podia amar uma cidade onde não nascemos. 

Monday, June 22

Ending seasons




Até o Jon Snow, a sério Martin? Sabes que mais dia menos dia estás a sofrer uma atentado, não sabes?

Friday, June 19

Ainda há cravos

Ainda há cravos no chão do meu país que dão cor ao mito,
as rosas são cada vez mais o luxo oferecido nos corredores
e templos da traição, as saborosas laranjas do sul simbolizam
a norte a putrefacção espiritual da canalha, o azedume dos agiotas.
Ainda há cravos no chão do meu país que rejuvenescem
a cultura do olhar, o gesto da mão na face de quem acredita
nas praias e na extensão solidária das águas, no território
de todos os berços, no acesso às esplanadas, no respeito
em festa. Ainda há cravos que não mudam de cor, um mar
que pertence ao poema, o som que o identifica na palavra
a maré da língua de muitos mundos, o idioma do azeite
dourado, o sabor do peixe nostrum, a pigmentação das hortas,
a simplicidade festiva da existência, o território dos jovens
com direito a um país com memória e portas abertas
ao seu registo futuro.
Nada é aparente na estratégia a Norte, a sua transparência
tem a opacidade de um deserto de areias negras,
tão negra como a devastação que querem infligir ao chão
do meu país que ainda faz brotar cravos de ressurreição solar.

Luís Filipe Sarmento, «Casa dos Mundos Irrepetíveis», 2015

Mean Girls


Know better.

Thursday, June 18

Me dê motivo

É por isso que tens andado a cantar esta? Mas nenhum de nós vacilou nunca, pelo menos. É só o jogo sujo da vida.

Monday, June 15

Mal etiquetada (vilã)

As pessoas adoram labels, tabelas, gavetinhas. E têm ódios particulares - principalmente com aquilo que elas chamam as diferenças. Ser homossexual, até há pouco tempo, era ser diferente, por isso os homossexuais "irritavam", supostamente por uma série de razões, que na verdade se resumiam a uma verdade: eram diferentes. Hoje em dia esse lugar foi (por um lado felizmente) ocupado por outras questões menos importantes, como o "ser feminista". E "ser vegetariano". Ah, as dores que causam aquelas pessoas que dizem que são vegetarianas, a vontade de saltar da cadeira insultado para lhes esfregar o bife e a anemia na cara! A maior defesa destas pessoas é, portanto, fecharam-se nessa definição, reduzindo as suas ideias àquelas que a pessoa que as julga acha que têm. Se a pessoa que é vegetariana insistir muito em salvar o planeta e cuidar dos animalzinhos, enquanto ignora outras questões pertinentes, é deixada em paz, de uma forma ou outra. Se for coerente nesta sua atitude. Porém, ai daquele que não for coerente, que diga que é vegetariano mas que coma carne nalgum dia! Isso não pode ser, saltam os grandes inquisidores da coerência e dos valores, que até então gozavam com o protector das alfaces, e que agora o vêm chamar vira-casacas, traidor, desonesto. Dizer que se é vegetariano não é a pior forma de ser um pária social; a pior é dizer-se que se é vegetariano, ao mesmo tempo que se nega a gaveta, e se salta dessa prateleira para outra coisa. Porque as pessoas aceitam os bem-comportadinhos, mesmo diferentes, se estes se deixarem na sua gaveta. Agora saltar de gaveta em gaveta, ou pior!, ocupar o espaço de mais do que uma, isso é lesa-majestade, é fraude ao sistema tão funcional de preconceitos que construímos. 

Mas a verdade é que eu não pensava escrever sobre isto, quando vim para a página branca. Eu queria falar sobre a minha razão de ser uma vegetariana falhada, a vegetariana que come o prato proibido uma vez por mês mas continua a achar que tem o direito de, se a obrigarem a entrar numa gaveta formalmente, escolher a gaveta sem carne. Porque essas razões não têm nada que ver com as razões que muitas pessoas pensam com certeza que governam estas coisas, desde a saúde à mera preguiça ou vontade social de dobrar. Não, são bem mais profundas, e negativas: são o mal na sua essência. Comer carne é, para mim, uma prática do mal, uma missa negra maldita, com a cruz invertida. O pecado pessoal, íntimo, prazeroso de quem causa um ferimento e se sai bem com isso. Eu sou tão má como a pessoa do lado, mas tenho a minha maneira específica de ser má - tal como boa. Eu sou boa demais, vezes demais, para pessoas más de mais, que irremediavelmente se aproveitam para cumprir as suas próprias maldades e se limparem em mim. E eu sou boa, quero ser boa, mas não sou parva - como essas pessoas sempre pensam. Eu sei o que se está a passar, e ainda assim não mordo; porque não quero. Normalmente porque não quero identificação com essa origem de mal, porque não quero problemas de consciência, eu que os tenho mais fácil. Como diz o R., eu gosto de ser a pura, a que está moralmente acima. Essa é a minha forma de maldade, por isso cultivo-a, com requinte, regada com sangue inocente. Morderei - mas não naquela altura, não a pessoa que merecia, mas um frango no churrasco da esquina. 

Friday, June 5




Monday, June 1

Do fundo do meu coração



Se houvesse vontade de penitenciar, seria isto, com o tom da outra música. Mas eu já não estou perto demais, por isso na verdade não interessa.

Porque é que a Adriana entende tanto destas coisas? Qual Chico, até qual Caetano. Só uma mulher sabe amar como uma mulher (mesmo que ame outras mulheres).

Sunday, May 31

Teoria do caos

Nope, não há sentido. Quando cresci um pouco e finalmente ganhei liberdade dos meus pais e comecei a agir por minha conta e a ser feliz, pensei que afinal não tinha sido tão má assim no passado, e que aquela história de que o bom que mereces te irá apanhar era verdade. Mas depois veio muita infelicidade (talvez porque eu mereci? mas como?!). Essa infelicidade, de uma forma ou de outra, nunca mais me abandonou; tornou-se minha, como a cicatriz do Zuko. Eu sou essa infelicidade agora, mesmo quando sou feliz. O pior, porém, é que se tornou difícil voltou a acreditar na teoria do Música no coração, e agora passo o tempo a antever o pior, e a esperar o momento em que a felicidade que (ainda) tenho se vá embora, endurecendo-me para isso. No processo, firo as pessoas à minha volta, porque o endurecimento é uma camada a mais entre mim e os outros. Eu sofro, os outros sofrem. Se eu tiro a camada, eu sofro, e por isso acabo a magoar alguém provavelmente.

No final parece que, aconteça o que acontecer, sou sempre eu a única to cry a river. E não vejo solução.

PS: Lembrar que quem quebra uma promessa, quebra duas. Mais: que a ilusão do amor é muito forte e cega, por isso pensamos que amamos quando na verdade o que sentimos é pena, orgulho, nostalgia, amor-próprio. Lembrar que me basta a minha maldade, a minha pena, o meu voyeurismo, e que já tenho o suficiente para me entreter sem morrer de pena pelos outros ou culpar-me pelo que não controlo.

Saturday, May 30

Pensar demais nunca deu bom resultado



Não percebo qual é a do destino. A não ser que seja a de provar que é ele que manda, no tempo dele. Nesse caso tudo faz sentido.

Poesias edipianas

Onde um é doce, o outro era amargo.
Onde um é furioso, o outro era calmo.

Friday, May 29



Está quase a acabar, a obrigação omnipresente e os tempos de estudo. Na versão de Cullum, que é uma das melhores - talvez porque ele é "Twentysomething"?

Thursday, May 21

Friday, May 15

Damaged

Durante muito tempo pensei que não tinha sido afectada por acontecimentos na minha infância, pelo menos não traumatizada de nenhum modo, como as pessoas que tiveram problemas a sério são. Eu não tinha tido problemas a sério, só coisinhas familiares quando comparadas com os outros, ainda por cima eu sou forte e instruída, pensava, nem penso nisso à noite, é como se nada se tivesse passado. Mas passou. Só porque não foi uma história trágica, ou típica dos manuais de psicologia, não quer dizer que tenha sido saudável. E só me apercebi disso há dias, clarividência súbita como um relâmpago, no momento em que mencionar o passado não é possível sem um choro que eu tentei conter. Estou damaged for life, afinal. À minha maneira, que é a maneira das minhas circunstâncias, mas sim, o R. tinha razão, as nossas experiências subjectivas é que ditam a importância que as coisas têm para nós, e nenhuma amargura é menor do que a do outro só porque é diferente. Perceber isto foi bom, porque me isenta de alguma vez vir a cometer o mesmo erro na vida amorosa, embora nesse departamento eu sempre tenha tido uma melhor noção de até que ponto coração partido é coração remendado, para sempre. 

Mas sou uma pessoa alegre, on top of everything else. E apesar de tudo acho que não fiquei demasiado traumatizada (dá para constituir a minha própria família, um dia, espero que com os meus próprios erros e não reflexos dos erros do passado). Por escrever reflexões sobre o que é ser uma mulher divorciada aos 25 anos. Fica para outra vez. 

PS: Que se fodam os prescritores da língua e dos bons costumes que acham que podem vir impingir-me um acordo sem qualquer base justificativa que não seja a estupidez imoral das politics. Que se fodam porque eu, se quiser, escrevo até com ph, ou meto mil anglicismos por traduzir pelo meio, como o T. da M. 

Friday, May 8

Let me rest in peace



A Buffy e o Spike, sempre <3>

Wednesday, May 6

Pertencer

Ganhei tempo para fazer a tese. Ou seja, o rush da escrita e de tudo, em 14 dias. A I., que é muito perfeccionista, diz que fez a dela em 10 dias, por isso há esperança (mas ela pode ter dado um colorido de exagero às coisas, por isso não há certezas). Estou a tentar, por isso, escrever sobre nada, para ver se pego o jeito de escrever outra vez. Porque tenho de ultrapassar este bloqueio "criativo", ou lá o que este medo absurdo e paralisante é. Sinto que já estou a sair dele, desde que levei o livro da S. no metro e voltei a ler e escrever poesia. O medo do falhanço continua a pairar, agoirento, mas cada vez menos importante, porque e daí que faça uma merda? E daí se a professora não gostar, tenho alguma obrigação  natural de lhe agradar? Quem sobra então? O P. não é de certeza, que já há algum tempo que ultrapassei o complexo de Electra. A minha família é mais pequena, mais estranha, e com certeza preocupa-se mais com carinho e croquetes do que com o meu sucesso (Quin, penso sempre em ti). Aquela história de que nos vamos parecendo cada vez mais com quem partilhamos a vida é tão verdadeira, que para lá da linguagem informal que me vai escapando (demasiadas vezes demasiado forte) sinto que, mesmo que leve levemente, me vou desprendendo da ideia de que tenho de agradar a todos, às minhas custas. Vou-me desprendendo dos sentimentos de culpa, dos pesadelos simbólicos, dos pensamentos obsessivos. Mesmo se isso não é evidente no dia-a-dia, mesmo se continuo a ser eu - a sensível, a lotus orb de todos os efeitos. A supersticiosa, a que prefere a indirecta não por cobardia mas para não ferir, não estragar. A que teima com o valor dos sentimentos antigos, mesmo quando deles só sobra uma sombra com manchas escuras do tempo passado. Acho que não tem problema mantê-lo, querendo ou não, porque é tudo o que trago e a mudança pode não ser possível ou melhor.

Viva, outro texto sobre nada, para o nada, para as vozes que me habitam. Para treinar (mas o meu problema sempre foi o escrever jurídico, não o escrever...) Enfim.  

Friday, April 24

Poesia precisa

“Isto explica também por que razão é tão reduzido o número de pessoas que habitualmente lêem poesia: para interpretar é necessário, reiterando o símile musical, ter familiaridade com o instrumento que, no caso da poesia, é a própria pessoa leitora, o seu passado, as suas esperanças, os seus desgostos, as suas frustrações. Ninguém como ele ou ela pode conhecer este instrumento, mas usá-lo para interpretar exige um esforço muito maior que o que costuma empregar o mero espectador. Trata-se de uma relação que não é costume dar-se com esta intensidade na literatura. Porque a poesia não é um género literário, mas algo com características próprias e diferenciadas, como a música ou como a ciência. 
O poema surge do interior do poeta, da sua própria vida, e ainda assim deve falar daqueles subtilíssimos sentimentos que não lhe pertencem a ele apenas, pois nesse caso seria um mau poema, na exacta medida em que não poderia interessar a ninguém mais do que a si mesmo. Os poemas devem construir-se a partir de algo que, constituindo parte da vida do poeta, pertença igualmente à dos demais. Este foi o meu propósito: que aquele ou aquela que leia o que escrevo possa de algum modo reconhecer-se nisso que lê. Que sinta a força que nos faz reconhecer que este – ou esta – sou eu, esse reconhecimento que travamos quando lemos um bom poema. 
Não é sem mistério que isto se faz sempre acompanhar de uma exactidão e de uma precisão que radicalmente separam poesia e prosa. Desta exactidão procede o poder de consolação da poesia, pois esta serve para introduzir na nossa solidão alguma mudança que proporcione uma ordem interior mais ampla contra a desordem causada pela vida. A angústia provocada por esta desordem, às vezes tentamos enfrentá-la com meros paliativos, com entretenimentos. Porém, de um entretenimento saímos os mesmos que entrámos, passageiros de um tempo que, na melhor das hipóteses, terá sido indolor. Por outro lado, ao concluir a leitura de um bom poema, já não somos os mesmos. A nossa ordem interior fez-se mais ampla.”

 Joan Margarit, prólogo ao seu livro “Misteriosamente Feliz”, editado pela Língua Morta.

Tuesday, April 21

Sonnet 116

Let me not to the marriage of true minds
Admit impediments. Love is not love
Which alters when it alteration finds,
Or bends with the remover to remove:
O no! It is an ever-fixèd mark
That looks on tempests and is never shaken;
It is the star to every wandering bark,
Whose worth's unknown, although his height be taken.
Love's not Time's fool, though rosy lips and cheeks
Within his bending sickle's compass come;
Love alters not with his brief hours and weeks,
But bears it out even to the edge of doom.
If this be error and upon me proved,
I never writ, nor no man ever loved.

William Shakespeare



Quero que o tempo passe rápido, mas não quero que passe rápido. E agora?!

Thursday, April 16



Adoro quando a beleza me volta a encontrar, em forma de música e de palavras, para preencher a minha complexidade.

Wednesday, April 15

...

Que extraordinária bagagem trazemos do passado
quando já de um ponto alto podemos olhá-lo
com esse desdém carinhoso de que um dia nos falaram,
os gestos livres de intento,
os dedos ao sabor de não importa
que brisa desgrenhada.

E no entanto, tudo às vezes é uma aridez.
Tão complicados — remotos vulneráveis
como rapazinhos que não acabam de crescer.
 
 
© soledadesantos

It's not always rainbows and butterflies



"Please don't try so hard to say goodbye"

Friday, March 20

Thursday, March 19




Harry Hart: "I'm a Catholic whore, currently enjoying congress out of wedlock with my black Jewish boyfriend who works at a military abortion clinic. Hail Satan, and have a lovely afternoon madam."

Wednesday, March 4



É uma luta quase infrutífera, porque são muitas lutas ao mesmo tempo; não consigo aguentar tantas frentes de batalha. Mas pelo menos já não me lembro da última vez que comi chocolate (claro que, sendo glutona, psicologicamente parece mais tempo do que foi na verdade). Oh well, that's gotta count for something anyway.

Tuesday, February 24

"When you know the fourfoil in all its seasons root and leaf and flower, by sight and scent and seed, then you may learn its true name, knowing its being: which is more than its use. What, after all, is the use of you? Or of myself? Is Gont Mountain useful, or the Open Sea?" Ogion went on a halfmile or so, and said at last "To hear, one must be silent."

The Earthsea Quartet, Ursula Le Guin

Monday, February 23

Bilbo's song in Rivendell


I sit beside the fire and think
of all that I have seen,
of meadow-flowers and butterflies
in summers that have been;

Of yellow leaves and gossamer
in autumns that there were,
with morning mist and silver sun
and wind upon my hair.
I sit beside the fire and think
of how the world will be
when winter comes without a spring
that I shall ever see.
For still there are so many things
that I have never seen:
in every wood in every spring
there is a different green.
I sit beside the fire and think
of people long ago,
and people who will see a world
that I shall never know.
But all the while I sit and think
of times there were before,
I listen for returning feet
and voices at the door.

J. R. R. Tolkien

Thursday, February 12

Rien ne sera jamais plus



Foi há tanto tempo. Que eu ouvi esta música, que comecei este blog. Que eu acreditei na lua, senhora de todas as mulheres. Nessa altura eu pensei que teria tudo figured out, by now. Mas as mudanças continuam a suceder-se todas a uma velocidade vertiginosa, juntas, todas juntas, impossibilitando qualquer tentativa de habituação. Agora, em princípio, estarei um passo mais próxima de uma profissão (que não planeio exercer). Alguns passos, profundos, mais longe de outras coisas.

Wednesday, February 11

Choices


Como dos extraños más
Que van quedándose detrás

Tuesday, February 10

"J’ai aimé jusqu’à atteindre la folie. Ce que certains appellent la folie, mais ce qui pour moi, est la seule façon d’aimer."

Françoise Sagan

Monday, February 9

E ela vira um diamantizinho



Chama-se burilar - that awful verb.


Friday, February 6

Not lettin' go




Sometimes words are hard to find
I'm looking for that perfect line
To let you know you're always on my mind
Ya this is love - n' I've learned enough to know
I'm never lettin' go
No, no, no - won't let go


Wednesday, February 4

Tiny few

"It’s not that a twenty year old doesn’t know he’s going to die, but it’s the loss of others that so profoundly affects an older person— and you can’t know what that accumulation of losses is going to do to you until you experience it yourself. Life is so short, so fragile, so mystifying. After all, how many people do we actually love in the course of a lifetime? Just a few, a tiny few. When most of them are gone, the map of your inner world changes. As my friend George Oppen once said to me about getting old: what a strange thing to happen to a little boy."

Paul Auster, in http://www.theparisreview.org/interviews/121/the-art-of-fiction-no-178-paul-auster

Tuesday, February 3

LOUD NOISESS



Ai ai Steve, não desapontas.

Nao tenho tempo

Repetir até acreditar que é essa a resposta para todos os problemas.
Ou trabalhar, trabalhar finalmente, música boa mas melancólica nos ouvidos.

Friday, January 30

Still lingers



Not all, but some - somos múltiplos.

Às vezes eu preferia que existisse a Lacuna Corporation. Mas Fev. 2009: "A única promessa que te fiz é que um dia, se o nosso amor acabar, a minha amizade por ti vai continuar, e eu nunca te apagarei como fez a Clementine ao Joel. Nem me esquecerei desta promessa, que está em meu poder cumprir." And I tend to keep my promises. 

Monday, January 26

And nothing else matters

"No mar turbulento da vida estou remando ao seu lado"

Friday, January 16

Porta por porta

Esta noite sonhei com uma porta judia, alta e bela, a ser transportada em ombros por vários crentes até passar por dentro de uma igreja cristã e respectiva porta para um lugar luminoso e verde que não vi (ou não me recordo) o que era. Quero lembrar-me deste sonho, não só porque foi uma forma poética de pensar a colisão islão-ocidente, mas também porque foi um sonho de paz e amor, e nós estamos a precisar disto agora (em combate às dark forces do corporativismo capitalista e do egoísmo académico).

Tuesday, January 6



Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.

Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.

Álvaro de Campos
(Através da Soledade)

Friday, January 2


Thursday, January 1

Like a fool



Nunca se recupera totalmente. Apenas se anda para a frente, e se reza para não voltar a ter o coração partido - e às vezes tem-se a sorte de voltar a acreditar que sim, há alguém destinado para nós. E não são vinganças brilhantemente arquitectadas, são apenas a inverosimilhança da vida. Voltar a acreditar que não andamos aqui todos a perder o nosso tempo com paixões fulminantes e longos desgastes, porque o coração que alguém nos partiu pode voltar a ser colado com beijos e música.

 E eu não sabia que a Keira cantava, mas gosto, gosto muito. Mais do que do filme que parece existir apenas para as músicas irem tocando no seu próprio ritmo, muito mais do que qualquer crítico exigente de seja o que for alguma vez se deixará admitir. Não acho o meu sorriso parecido com o dela, nem o jeito decisório - uma cabecinha assim tão cheia de caracóis não é para deixar passar - mas o espírito é o mesmo. E não é que eu esteja grieving, pelo contrário; mas essa fool deixou de existir, reparei. Agora só existe esta spirit breaker do amor, com mask of madness e a urninha para compensar todas as feridas que ela própria causou a quem menos mal deseja.

Venham novos Touros (tenho a certeza de que a E. concorda com isto). Eu sou um Aquário com o ascendente em Caranguejo - what does that make me?