Sunday, December 23

Espírito do Natal Presente

Não sei se sou a única a mudar de canal quando chega o noticiário repleto de centros comerciais e prendinhas para a nora. Ou a contemplar aqueles pais natais minúsculos pendurados como sob uma autêntica tortura com quase pena. Certo é que não desejo nunca bom natal a ninguém no fim de uma conversa, e normalmente só me resta adicionar "igualmente...", baixinho, com o ar culpado de quem não se lembrou da palavra passe essencial para as boas relações comerciais nesta quadra.

Mas também já fui apanhada pelo espírito, e heis-me aqui crucificada sob azevinho, papel de embrulho e bolo rei.

Saturday, December 22

Half a year holding hands




"Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser pele da minha pele"

David Mourão-Ferreira

Tuesday, December 18

"voar é uma simples coisa comparando com Blimunda."

in Memorial do Convento, José Saramago

Bichinho verde

"Faça-se a quem se queira a fineza de achar que mais alguém o há-de querer também. Desconfiar de quem se ama significa dizer, de uma maneira perversa mas verdadeira: "Se calhar estarias melhor com outra pessoa mas eu, com outra pessoa, estaria sempre pior." Quem tem ciúmes tem medo de perder (...). Quem tem medo de perder obviamente preza o que tem. Logo, ter ciúmes de alguém é dar-lhe o justo valor."

In Os Meus Problemas, de Miguel Esteves Cardoso

Boa desculpa?

Sunday, December 16

Ódios de Estimação

Sempre fui adepta da franqueza absoluta. Daquela que dói e fere algumas vezes, daquela que faz rir também, quando nos perguntam o que achamos do cachecol e respondemos simplesmente que é horrível. Nunca percebi porque é que algumas pessoas preferem falar do ausente, do que acabou de sair ou está mesmo a apenas alguns metros de distância (factor que adiciona o seu quê de adrenalina). Precisei mesmo de ajuda para entender o gozo; afinal é mais fácil falar de outrem e por favor que ele não esteja presente!, já imaginaram se por acaso tem razão e eu não, que chatice se estiver logo ali para me corrigir, assim ao menos temos o tempo que demoram as notícias a chegar (que nunca é muito, então agora com o evento da globalização), e a adulteração destas pelo volútel ouvido humano.

Para quê fazermos barulho, cenas públicas e outras vergonhas quando podemos conversar tranquilamente sobre vidas que desconhecemos mas onde estamos doidos por meter o bedelho, que é a única coisa que estamos sempre prontos a meter em todo o lado? ("Bedelho: s.m:tranqueta ou ferrolho de porta que se levanta por meio da aldrava; rapazelho; criançola; fedelho;pequeno trunfo, no jogo de cartas; Fig:meter o -: intrometer-se sem ser chamado." in Dicionário Priberam)

Para deixarmos de fingir que somos os guardiões da pureza dos outros.

Eu sou pela liberdade de se dizer uma palavra feia quando alguém se mete na nossa vida. E de a dizer à frente de quem lá se meteu.
Detesto mesquinhice.

(Com um beijo à Mad que definiu o conceito)


http://unifr.ch/ddp1/derechopenal/legislacion/pt/CPPortugal.pdf

Sunday, December 9


Foto tirada no Castelo de S.Jorge. Agosto 2007

Friday, December 7



Dado a conhecer por Amélia Pais, http://barcosflores.blogspot.com/