Wednesday, March 26


"You're a girl dragon” he says, and the fearful fire breathing dragon blushes"

Normalidade não é connosco

E o que as pessoas significam para nós não se mede aos palmos. 

O nosso melhor amigo pode mudar, todos os anos, de acordo com a pessoa que naquele momento está disposta a ouvir-nos e a não nos julgar, porque não é disso que precisamos. Para nos julgar já existem as nossas próprias dúvidas.


Tuesday, March 25

A Rita

As coisas deixam um lastro, é verdade. Mas o que eu acho importante, onde eu acho que está o segredo, é o que nós fazemos com o conhecimento disso, o facto de sabermos que esse lastro existe. O que fazemos com ele, portanto, e não a sua existência, que essa não podemos mudar. 

Sunday, March 23

Pau no cu da Ordem.

Saturday, March 22

Bens materiais

Um livro que vai, um filme que fica. Somos tao apegados às coisas, e ao mesmo tempo tão indiferentes.

Thursday, March 20

Linhas rectas


Boucinha

Hoje, primeiro dia da primavera, fazias anos. O que será que pensas de mim, das minhas escolhas, do caminho que trilhei? Nunca mais consegui entrar na tua casa, fico presa na soleira, como vampiro não convidado. Aquele lugar já não é o teu. Mas qual é, então? Não são os dois metros quadrados de terra com um número em Benfica, certamente. Mais do que aí, moras naquele placar plástico no Saldanha a proteger umas obras, que diz Soares da Costa. Moras em mim, no meu desejo de ser Boucinha, nos arrependimentos que tenho. Não tenho muitos, e às vezes até do teu me esqueço, e por momentos penso que bom, vinte e quatro anos já, atribulações, e nenhum arrependimento. Ah, mas há um, subterrâneo, inquieto, do último dia em que não estive lá para me despedir de ti porque substimei a força da vida e da morte. Quando fico muito triste por causa disso consolo-me com o sonho que tive contigo na noite seguinte, nesse momento que tivemos para nos despedir. Tento também lembrar-me que o homem que foste tinha muitos problemas, muitos defeitos, fizeste infeliz pessoas de que eu gosto. Ah, mas não consigo concentrar-me nisso, porque também foste tu que acolheste a M. sem a julgar quando precisou, foste tu que choraste naquele dia, por nos amares. Foste tu que me gravaste aqueles VHS cheios de bonecos para me agradar, fizeste recortes para discutirmos juntos e me tentaste explicar o que realmente pensavas sobre religião. Tenho pena de todas as vezes que não quis estar contigo, principalmente mais perto do final, porque muito faltou contares-me. Eu sei que sentias o mesmo por mim que eu senti por ti, quando li o teu livro e vi os primeiros rascunhos encontrei no meio fotos e poemas meus que te dei. Até partires, nunca tinha partido ninguém que eu amasse, por isso contigo aprendi a morte, também. Acho que se me visses agora, se me estiveres a ver, vais continuar do meu lado, aprovador.
 
Sinto a tua falta. Feliz aniversário...

Tuesday, March 18

Mestiçagem

"Português a falar brasileiro não tem jeito, mesmo quando tem. Mas o que não tem jeito mesmo é perder tempo a não ser entendido. Não vou subir a favela e dizer sítio quando posso dizer lugar, ou apelido quando posso dizer sobrenome, ou alcunha quando posso dizer apelido, ou apanhar o autocarro quando posso pegar o ônibus. Português a falar brasileiro não é jeito de dizer, porque português e brasileiro falam sempre português, em toda a sua mestiça extensão. Nenhuma outra língua é tão falada no hemisfério sul. Finco os pés onde estou para a usar. Se não me esqueço de quem sou, porque terei medo do que serei? Muito do que hoje é brasileiro foi português antigo que Portugal perdeu, cardápio reduzido, falta de apetite. E eles continuam a vir, deitistas, higienistas, fiscais de contas, reduzindo a língua a um quartinho, e de colarinho: não respire, não respire. Ave a poesia, cheia de fome, Herberto Helder mais jovem que nunca, comendo a língua com travesti brasileiro e tudo."



Alexandra Lucas Coelho

Monday, March 17




O António Variações do outro lado do atlântico.

Te ganhar ou perder sem engano

Se tem tudo para dar errado, porque eu geralmente tenho esse condão e o universo não conspira a meu favor, let's beat the odds, que eu adoro este tipo de desafios.


Sunday, March 16

I walk the line



"Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"
"Ah, diz quantos desastres tem na minha mão"

Friday, March 14

Spite

"There is a one-word answer to that question, and that word is spite. Spite is underrated because people think it is an emotion for selfish people who are just nasty for No Good Reason. In an academic context, though, spite can be very useful. Spite, Gordon Gekko might say, is good. In fact, I’m convinced that spite is the best motivator for getting to the end of the long graduate school road. (...)

Before I discovered spite, I went to therapy to figure out how to finish my diss without admitting myself into a mental institution. (My university offered a number of free therapy sessions to all graduate students. What does that tell you?)

Why did I need spite?

I wanted to quit graduate school, but I felt that I was too far gone to turn back. (I was wrong, of course. Quitting can be a virtue.) But I was stuck because I couldn’t remember what I was doing in grad school in the first place. In fact, I did not care to remember. I didn’t care about anything but the answer to the question, when will the misery of this experience end?

Do you wake up every morning trying to summon the energy to open that document, the one that you despise with every fiber of your being, and type more words without puking all over your computer screen? If this sounds familiar, I think you owe it to yourself to cultivate spite.

Spite motivates in the absence of any rational context for making progress and in the knowledge that all your effort will most likely come to nothing. Spite is a combination of self-loathing and disgust. It is an elegant contempt. Acting out of spite does not mean that one is always right or blameless, which is what makes spite different than sanctimony. For example, I take responsibility for not doing more research about academia before I enrolled in Humanities graduate school. But that doesn’t mean I wasn’t abused once I arrived in academe. And it doesn’t mean I didn’t deserve better as a student and as human being. I was wronged, but I was also a fool. Coming to that awareness and putting it to use is the essence of spite.

That advice really jarred me out of my stupor. I realized that I should not finish my dissertation because I really cared about my research (I didn’t), because I wanted to get a job (I wouldn’t), or because I wanted to please my advisor or anyone else (no one is worth that level of misery).

Instead, I would defend my dissertation to spite everyone who had ever told me to enroll in a graduate program because I was “smart” and smart people should just drop out of society and go to school forever, apparently."

http://postacademicinnyc.wordpress.com/2011/09/20/308/
"no tiro de guerra, o sargento já dizia, se está no inferno, abrace o capeta"


Diferentes, mas parecidas.

Thursday, March 13

Busca-vida

Doce, forte e cara.

Com tendência a fazer besteiras, but worth it, no final do dia, eu espero.

Ah coração leviano não sabe o que fez do meu

Minha viola vai pro fundo do baú
Não haverá mais ilusão
Quero esquecer ela não deixa
Alguém que só me fez ingratidão
(Minha viola)

No carnaval quero afastar
As mágoas que meu samba não desfaz
Pra facilitar o meu desejo
Guardei meu violão, não toco mais

Paulinho da Viola



Detesto ser ingrata. Mas há coisas que eu não comando, mais fortes do que isso, mais fortes do que eu. Como a voz dele.

Wednesday, March 12



Não é só o Dirty Dancing que pode considerar-se rock brega do melhor, eheh

Tuesday, March 11

Timidez

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

e um dia me acabarei.


Cecília Meireles
"Any road followed precisely to its end leads precisely nowhere. Climb the mountain just a little bit to test that it's a mountain. From the top of the mountain, you cannot see the mountain."

"Muad'Dib: Family Commentaries", by the Princess Irulan

Monday, March 10



Saturday, March 8


SYRINX, FICÇÃO PASTORAL (I)

Vou pôr um anúncio obsceno no diário
pedindo carne fresca pouco atlética
e nobres sentimentos de paixão.
Desejo um ser, como dizer, humano
Que por acaso me descubra a boca
e tenha como eu fendidos cascos
bífida língua azul e insolentes
maneiras de cantar dentro de água.
Vou querer que me ame e abandone
com igual e serena concisão
e faça do encontro relatório
ou poema que conste do sumário
nas escolas ali além das pontes
E espero ao telefone que me digam
se sou feliz, real, ou simplesmente
uma espuma de cinza em muitas mãos.

António Franco Alexandre

Friday, March 7

Coração que eu não comando



Caetano, passem os anos, as pessoas, as paisagens. Tu és sempre Caetano.
Cause you can't jump the track,
we're like cars on a cable,
and life's like an hourglass,
glued to the table.
 (...)
And these mistakes you've made,
you'll just make them again
if you'd only try turning around.

https://www.youtube.com/watch?v=M491t7LaRiA
Ihr habt nicht alle Tassen im Schrank!

Wednesday, March 5

Tuesday, March 4

Sabiás



 

Andei vendo passarinhos verdes.

Monday, March 3

Graurrr

- Quem é?
- É o leão do amor.


Nota mental: criar nova etiqueta "delírios"

https://www.youtube.com/watch?v=L9kiaIvfopY.

Sunday, March 2


Caso sério

"Eu também não sei, mas ninguém sabe, o amor é assim mesmo"

Ai, as sem-razões do amor . O que espero, agora, de ti? Apenas que nunca te arrependas sinceramente de todo o tempo que fiz parte da tua vida. Porque de nada servem mais desculpas por, sem querer, ter entrado num caso sério.

O resto... Com o resto eu posso sozinha.