Wednesday, December 31

Friday, December 26

A girl or woman who shares a common ancestry, allegiance, character, or purpose with another or others



Lembras-te de quando mudavas o nome no gmail consoante a personagem feminina marcante do último filme ou livro que leste? Ou daquele Natal em que vimos o Gladiador, apesar de o Jorge estar com a má disposição do costume e não querer esperar pela meia noite para abrir as prendas? Estivemos sempre lá, e isso é mesmo muito especial. Tal como é ver-nos crescer - tu a mim, eu a ti, os papéis sempre se invertendo.

Tuesday, December 23

In your eyes


Te quiero sólo porque a ti te quiero,
te odio sin fin, y odiándote te ruego,
y la medida de mi amor viajero
es no verte y amarte como un ciego.



Tuesday, December 16

Join up, now!


"I hear you got a bug problem ma'am"

Saturday, November 29

Sempre se aproveita um verso


"Ao meu redor rodopia toda a força da rua,
de que nada se recorda e nada quer.
No subsolo, bem ao fundo, sob o trânsito, 
espera há mil anos a floresta por nascer."

Tomas Tranströmer, in 50 Poemas


Ou uma estrofe.

Do realismo brasileiro

"Ah! Não se tinha enganado! Aquele homenzarrão hercúleo, de músculos de touro, era capaz de todas as meiguices do carinho."

O Cortiço, Aluísio Azevedo

Thursday, November 27

Amor é síntese

Por favor não me analise,
Não fique procurando cada ponto fraco meu,
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu
Ciumento, exigente, inseguro, carente,
Todo cheio de marcas que a vida deixou.
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese,
É uma integração de dados,
Não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
Ninguém consegue abraçar um pedaço,
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito, amor.


Mário Quintana

Amicus

Sabemos que começámos a gostar de alguém quando dizemos "vai, vai, será bom para ti" com sinceridade, apesar de ficarmos de repente muito tristes sem perceber porquê, até percebermos que é porque não queremos que fique longe de nós.

Wednesday, November 19

Friday, November 14

Existem, mas não são normais

"Existem pessoas que pregam grandes verdades. Absolutas. Do género: não me interessa que as pessoas tenham um passado desde que este esteja bem resolvido. Não me arrependo de nenhuma relação que tive. Não deu certo mas somos bons amigos. Eu já sabia que não era para durar. E com a verdade nos vamos enganando. 

Porque cada um que se deixa para trás é uma mágoa, mesmo que depois vá connosco para os copos, apesar de até nem doer, afinal até fomos nós que saímos, a coisa já não andava bem. Mas o ex é a prova viva que um dia apostámos tudo na corrida... e perdemos. Claro que recuperámos o investimento, e provavelmente somos mais ricos agora do que o erámos então... mas fomos derrotados um dia. E as derrotas são por norma amargas. Sem excepções."

Elsa Pereira, Abril de 2007

Thursday, November 13

Do not go gentle into that good night



"Love is the one thing that transcends time and space."

Friday, November 7

Próximo destino


A Fermina Daza dizia "si me promete que no me hará comer berenjenas". Eu só peço que não me obrigues a dirigir.

"That is why I read: I want everything to be okay. That’s why I read when I was a lonely kid and that’s why I read now that I’m a scared adult. It’s a sincere desire, but a sincere desire always complicates things — the universe has a peculiar reaction to our sincere desires. Still, I believe the planet on the table, even when wounded and imperfect, fragmented and deprived, is worthy of being called whole. Our minds and the universe — what else is there? Margaret Mead described intellectuals as those who are bored when they don’t have the chance to talk interestingly enough. Now a book will talk interestingly to you. George Steiner describes the intellectual as one who can’t read without a pencil in her hand. One who wants to talk back to the book, not take notes but make them: one who might write, “The giraffe speaks!” in the margin. In our marginal existence, what else is there but this voice within us, this great weirdness we are always leaning forward to listen to?"

http://www.brainpickings.org/2014/11/06/mary-ruefle-reading/

Wednesday, November 5

Ofereceres-me Saramago foi jackpot. Porque às vezes me esqueço de quem sou, que coisas mudaram por ficar parecida com quem me rodeia - embora nunca me esqueça de onde vim. E adorei reencontrar-me em ti.


Controlo mental


http://ngm.nationalgeographic.com/2014/11/mindsuckers/varma-photography

Monday, November 3

Meus mortos

estão em mim fiéis como
faca afiada, aqueles
que a morte não pode mais
matar


Na curva da
rodovia no fim
da tarde, silenciosamente
cercam o meu
caminho

temos um pacto nada
pode separar-nos:
o que perdi possuo
para sempre


Rahel' Bluwstein (tradução de Sandra Baldessin). Através da Soledade Santos.

Friday, October 31

"Talvez nossa vontade de falar dos zumbis seja expressão dessa vontade nossa de, primeiro nos imbecilizarmos, e depois nos unificarmos em nossa estupidez."

Wednesday, October 22

Ah Lalique


  

















Que coisas belas tuas mãos produziram.

Monday, October 20

Mother Nature

Como dormir descansada, sabendo que existem aranhas golias longevas à solta?

http://www.youtube.com/watch?v=klHDzIIrsjY

Wednesday, October 15

Vícios

São difíceis de admitir. Porque dizer "sou viciado em" significa que admitimos existir qualquer coisa que é superior à nossa vontade. E porém isso não existe, a nossa vontade é o mais forte que há, comprovadamente, por isso se não paramos o vício é porque uma parte de nós não quer, na verdade, ter vontade de parar. Deve ser esse o maior desafio: confessarmos que não temos vontade de que a nossa vontade seja maior do que aquele elemento exterior, porque preferimos o conforto de vivermos nele, mesmo com as suas desvantagens. Sendo a maior parte dos vícios mais subtil do que o evidente café e cigarro, habituamo-nos a considerar que só os outros têm vícios, porque nós não nos drogamos nem coleccionamos obcessivamente restos de unhas. Mas e a sede de poder, o desleixo com a arrumação, o jogo informático que "só jogamos um bocadinho todos os dias porque queremos" e nos faz escorrer o dia entre os dedos? O vício de dormir sempre mais dez minutos, ou de comer aquele chocolate à noite para tirar o sabor do jantar.

É duro ser viciado, até em amor.

Tuesday, October 14

Frozen DotA








=D

Sean Young in Blade Runner 
Sean Young as the genetically-engineered replicant Rachael in Ridlley Scott’s Blade Runner. Photograph: Allstar Picture Librar
 
"Be careful what you wish for. That’s what Joel, played by Jim Carrey, discovers in Charlie Kaufman’s 2004 film Eternal Sunshine of the Spotless Mind, when he asks a memory-erasure company, Lacuna Inc, to excise the recollections of a painful breakup from his mind. During the procedure, Joel realises he doesn’t want every memory of the relationship to vanish and tries desperately to hold on to a few fragments.

The movie offers a metaphor for how we are defined by our memories, how poignant is both their recall and their loss – and how unreliable they can be."

http://www.theguardian.com/science/2014/oct/12/memory-how-science-fiction-can-become-reality?CMP=fb_gu


"Eu quero é ser feliz, e viver para ti"

Wednesday, October 8

Pode não parecer, mas

"I got fascinated by silence; by what happens to the human spirit, to identity and personality when the talking stops, when you press the off button, when you venture out into that enormous emptiness. I was interested in silence as a lost cultural phenomenon, as a thing of beauty and as a space that had been explored and used over and over again by different individuals, for different reasons and with wildly differing results. I began to use my own life as a sort of laboratory to test some ideas and to find out what it felt like. Almost to my surprise, I found I loved silence. It suited me."

Sara Maitland

http://www.brainpickings.org/2014/09/03/how-to-be-alone-school-of-life/ 

Monday, October 6

A man said to the universe:
“Sir, I exist!”
“However,” replied the universe,
“The fact has not created in me
A sense of obligation.”

Stephen Crane

Thursday, September 25

Não deixou de me fazer chorar



"Jura que não vais ter uma aventura
Porque eu hei-de estar sempre à altura
De saber
Que a solidão é dura
E o amor é uma fervura
Que a saudade não segura
E a razão não serena"

Tuesday, September 23


Foi mal

"Ni una sola palabra más
No mas besos al alba
Ni una sola caricia habrá
Esto se acaba aquí
No hay manera ni forma
De decir que sí

Si alguna vez
Creíste que por ti
O por tu culpa me marché
No fuiste tú
Por eso y más
Perdóname"

"Um dos pedidos mais recorrentes entre casais desavindos é o de perdão. O perdão pode pedir-se, expor-se, implorar-se, chorar-se aos soluços até que - por vezes - acaba por se impor naturalmente.
Decerto que casos há em que não vale nada, zero. Em determinadas situações menores, declara-se apenas como um tímido pedido de desculpas que se eleva à categoria de mártir. À outra parte compete então proclamá-lo, com todas as letras, respondendo solenemente à "pergunta-monumento": perdoas? E normalmente sim, resposta afirmativa em grande parte dos momentos, quando se sente que há gente. Pelas peças da memória que o tempo faz ruir, pela destreza com que o distanciamento consegue fazer separar as águas, na clareza do sofrimento do outro à nossa porta. Abundantemente, sim, perdoa-se. Já esquecer são outras águas, zonas de navegação sombria de alguém consigo mesmo na intimidade. Não tenho memória de alguém perguntar como ponto de partida ou como fim de exposição da legítima defesa: esqueces?
  (...)
Mas no íntimo de quem sabe, na esfera privada, esquecer não é direito ou prerrogativa. Às vezes é só um golpe de sorte ou uma partida que a vida nos prega.
O direito ao esquecimento dos outros não está nas nossas mãos, não somos nós que o decidimos. É exactamente por esse facto que a pergunta é tão poucas vezes ensaiada, pé de chumbo de qualquer vontade por mais que se queira ou por melhor que se faça. Quem manda na memória, quem proclama o esquecimento? Podemos convocar as forças mais íntimas e as mais férreas vontades: esquecer não está no nosso domínio, não é uma manifestação do nosso arbítrio, não é matéria para o ser humano. Para quem vive e respira, esquecer só pode ser fingir que não aconteceu. Esquecer é mentira. Só se esquece porque desaparece. E desaparecer não é matéria para a humanidade."

Miguel Guedes no JN 

Friday, September 19


Mudanças (e mais um texto sobre nada)

Passou um ano desde que estou no escritório. É inacreditável, porque o tempo aqui pára - e parece que estou no mesmo sítio (mental) que há um ano atrás, ou pelo menos as mudanças físicas não chegaram para imprimir adequadamente no consciente as outras, mais subterrâneas, que tenho a certeza que também ocorreram.

Continuo a sentir-me noob, a lutar entre a vontade de ser responsável e a dificuldade em cumprir um horário que não existe. Gosto mais de algumas pessoas do que antes, isso é verdade, porque o tempo consolida as relações (infelizmente também gosto menos de algumas, em quem aprendi a não confiar). E finalmente ganhei a opinião unânime de fazer um bom trabalho. Sim, provavelmente esta é a maior mudança que senti, e aquela a que tento ter menos apego: porque vou mudar, já já, para um novo andar, com novas pessoas, novas regras e novos desafios, e preciso endurecer e fazer o caminho novamente.

Já não me custa assim tanto trabalhar para os mauzões; reparei que na maior parte das vezes a Câmara até tem razão e o trabalhador tem a mania da perseguição ("puseram fita-cola nos armários para me humilhar!"...), as privatizações são decididas pelo Governo anyway, e o resto do trabalho que faço é tão irrelevante para os destinos da nação que me sinto menos política e mais advogada. Principalmente depois de receber a primeira sentença a dar razão a um recurso que fiz, e que bem que soube! Estranho, porque criei a convicção muito firme de que não quero ser advogada, e contudo fiquei contente, com a sensação de dever feito. Deve ser porque de facto, como já me disseram, a mal ou a bem fiz este curso, dediquei estes anos da minha vida a preparar-me para uma profissão, e não é tão óbvio como me parecia renegá-la.

Mas a minha relação com a Ordem continua longe de pacífica, e mal vejo a hora de parar de uma vez por todas de estudar. Desencontros, porque eu quero finalmente parar de estudar, justamente quando a pessoa com a qual agora partilho a vida volta a fazê-lo. E eu não quero na verdade parar de estudar; quero, isso sim, estudar pela primeira vez o que mais me agradar, sem outros deveres não-profissionais a espreitarem por trás de cada página (e já agora: http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=1932). Ele perguntou-me, há dias, porque não escreves? Respondi com a verdade mais óbvia - a omnipresente falta de tempo - e depois lembrei-me de que vou até escrevendo neste blog, ah, mas poderá isto considerar-se escrita? E não era a estes apontamentos que ele se referia, era até mais à poesia, que tanto me habitou quando era mais nova e que fui aos poucos deixando.

Creio que não há resposta para estas coisas, ou há, muitas respostas, algumas contraditórias, por isso é como se não houvesse uma mais importante. Porque eu não tenho tempo mas teria se tirasse de outros lados, não tiro por conforto e conveniências mas seria por essas razões que eu devia escrever, então é um círculo vicioso que se encosta no facto de eu passar o dia a escrever e a ler no meu trabalho para me escusar destas tarefas. O que acontece, quando não me escuso, são anotações de ideias sentidas ao jeito desta, Oshando o meu blog, que fiz só para isto: para depositar todas as palavras sem sentido nem métrica que me apetecer, juntamente com a facilitação de forma de outros conteúdos, para uma arrumação sistemática e de fácil consulta (para mim e para os outros, com quem me quero partilhar).

Quanto à poesia, sempre senti que regressava a ela na reverbação das minhas leituras - e essas não têm sido propriamente poéticas. Tenho-me reinventado: mais prática nos telefonemas para sítios burocráticos do que nunca, mais conhecedora de elementos musicais e de video-jogos, ao mesmo tempo que perco o caminho das mundividências literárias tugas, por exemplo. Menos contestatária da profissão, porque é a única forma de ter dinheiro para fazer o que gosto (podendo mandar os pais bugiar). Cada vez menos agarrada a certezas  - porque até aqueles que julgávamos irrepreensíveis fazem merda - e mais determinada de que somos nós, navegando no meio dos destroços, quem decide do caminho.

O yoga da querida e dura Conceição, esse sim, faz falta, e porém a única coisa a impedir-me de regressar sou eu mesma, e as dificuldades que antecipo. Acho que esta é a story of our lives: somos os únicos responsáveis pelas nossas pequenas infelicidades, que guardamos como prémios para podermos lamentar-nos no dia em que outra coisa qualquer não correu exactamente como gostaríamos, e não as resolvemos por medo das mudanças que essa resolução causaria. 

Medo das mudanças, sempre.

Monday, September 15

Vannelope


Without the glasses

Wednesday, September 3

translator time machine frickin pussycat

Wednesday, August 27

Cordeirinho



É você não existe, Dindí

Encontro

Felicidade, agarrei-te
Como um cão, pelo cachaço!
E, contigo, em mar de azeite
Afoguei-me, passo a passo...
Dei à minha alma a preguiça
Que o meu corpo não tivera.
E foi, assim, que, submissa,
Vi chegar a Primavera...
Quem a colher que a arrecade
(Há, nela, um segredo lento...)
Ó frágil felicidade!
— Palavra que leva o vento,
E, depois, como se a ideia
De, nos dedos, a ter tido
Bastasse, por fim, larguei-a,
Sem ficar arrependido...

Pedro Homem de Mello, in "Eu Hei-de Voltar um Dia"

Monday, August 25

Friday, August 22

O Dune não se termina. O Dune continua, entra na nossa pele e deixa-a seca como se estivessemos no deserto, e nunca mais fossemos os mesmos depois de Arrakis.

:)

Thursday, August 21

"Ouvir de novo a tua voz seria
 Matar a sede com água salgada"

Miguel Torga

Wednesday, August 20

Rien de rien

"Agora eu soube
Que o gajo anda
Dizendo coisa
Que não se passou"

 Allanis, eu sei que you live, you learn, mas está difícil. Parece que eu não aprendo, acho sempre as pessoas menos mesquinhas do que na verdade são, porque "não é possível que só ajam com má intenções", ah, mas agem sim, porque todas correm atropelando-se pela última migalha de self esteem. E a minha única protecção é a verdade, essa entidade caprichosa e bela que só obedece às suas próprias vontades.

Não queria arrepender-me de nada, vivi muito tempo com essa sensação, mas ela deu lugar à dura realization: arrependo-me da minha própria fraqueza, das coisas que deixei acontecerem - no fundo sempre por amor.

Que essa fraqueza não volte a toldar o sentido do que é certo.

Tuesday, August 19

Bene Gesserit

Apetece-me terminar este espaço. Deixá-lo na rede, flutuante, mas fechado, porque sem possibilidade de retorno. Não tenho a certeza porquê, mas creio que a razão deverá estar relacionada com o facto de me sentir diferente, ser outra. Todos somos, à medida que o tempo passa. Sinto-me como o Paul, cruzando o passado, o presente e o futuro na mesma trama de linhas intercruzadas, de decisões rápidas que darão origem à nova realidade, tentando prescrutar para lá da névoa dos caminhos percorridos e por percorrer, sem conseguir alcançar a verdade última do sentido da caminhada.

Mas é pouco provável que consiga - que queira - fechar uma parte tão forte de mim, que resistiu ao tempo e aos pedidos de encerramento do exterior.

Eu só queria perceber melhor o foreboding, os momentos de suspensão do tempo que atravesso por vezes, sem saber se me indicam de onde vim e para onde vou, ou se acarretam o peso do que trouxe comigo até aqui e do que tive de fazer.

Friday, August 8

Thursday, August 7

Monday, August 4

Das reconciliações impossíveis II

#Se está tudo bem, porque é que às vezes só nos apetece chorar?

https://www.youtube.com/watch?v=xRDr_UFPi9I


Pobre Tim Maia.

Friday, August 1


Das reconciliações impossíveis

#Como conciliar esta vontade de estabelecer um novo estatuto jurídico para os animais com a vontade de os comer, entre os amores e desamores com o T. e a B.?
A poesia não vai à missa,
não obedece ao sino da paróquia,
prefere atiçar os seus cães
às pernas de deus e dos cobradores
de impostos.
Língua de fogo do não,
caminho estreito
e surdo da abdicação, a poesia
é uma espécie de animal
no escuro recusando a mão
que o chama.
Animal solitário, às vezes
irónico, às vezes amável,
quase sempre paciente e sem piedade.
A poesia adora
andar descalça nas areias do Verão.

Eugénio de Andrade

Wednesday, July 30

Que Dios no me dé lo que yo me merezco

"A veces se consolaba con la certidumbre de que en la embriaguez de la fiesta de bodas, y aun en las noches febriles de la luna de miel, Fermina Daza había de padecer un instante, uno al menos, pero uno de todos modos, en que se alzara a su conciencia el fantasma del novio burlado, humillado, escupido, y le echara a perder la felicidad."

Gabriel García Márquez, El amor en los tiempos del cólera, Círculo de Lectores, p. 184

Monday, July 28

Das releituras

"Le recordó  que los débiles no entrarían jamás en el reino del amor, que es un reino inclemente y mesquino, y que las mujeres sólo se entregan a los hombres de ánimo resuelto, porque les infunden la seguridad que tanto ansían para enfrentarse la vida."

Gabriel García Márquez, El amor en los tiempos del cólera, Círculo de Lectores, p. 88


Porque os sintomas do amor são os mesmos da cólera.



"But here, in our little village of Anatevka, you might say every one of us is a fiddler on the roof trying to scratch out a pleasant, simple tune without breaking his neck."

Thursday, July 24

Meses como anos

"O nosso amor é novo
É o velho amor ainda e sempre"

A love song for Bobby Long



"So always make, make me wonder
And always make, make me guess
And even, you know even if I ask you
Oh darling oh don't you, don't confess

Just let it, let it remain your secret
Oh for darling, darling I love you so
No wonder, yeah no wonder, I wonder
Mmm, 'cause I really don't want, I don't wanna know"

Tuesday, July 22


Terminou. Desapontante um pouco, mas até o Sagan faz destas.
Valeram os lanches das cinco, espaços de abertura e de individualidade no meio da agressação shark tankesca do trabalho.

Monday, July 21

Dos pés até à ponta do nariz


"Se você não quiser
Me viro como der
Mas se quiser me diga, por favor
Pois se você quiser
Me viro como for
Para que seja bom como já é"

Friday, July 18

Leituras

Antes, ler um livro de 200 ou 300 páginas era uma coisa natural, que se concretizava rápido e a que por isso eu nem sempre dava muito valor. Preocupavam-me os números redondos, a estimativa final do mês e do ano. Agora vejo pela primeira vez as palavras struggling and dragging na leitura, e não é porque esta seja de má qualidade; é que a meia hora diária de transportes públicos não é suficiente, sujeita aos imprevistos do cansaço, das dores de cabeça e dos assuntos urgentes por tratar nos dois telemóveis, mais o tempo de atenção real aos que nos rodeiam.

Agora que um livro de 500 páginas é um empreendimento mal me atrevo a olhar para o Dune, prenda amaldiçoada tão cheia de contradições. E a saudade das leituras calmas, sem significantes profundos nem estudos de tema, aumenta.

Principalmente as saudades da poesia. Ah, a poesia, tão distante do mundo do escritório sem horário.

Mas, como vi escrito no facebook, "(...) ir visitar o elefante salomão neste dia é, como talvez se venha a dizer no futuro, um acto poético, Que é um acto poético, perguntou o rei, Não se sabe, meu senhor, só damos por ele quando aconteceu (...)" - Saramago, in A viagem do elefante. E o Tonino, claro, sempre a voz rouca do velho poeta falando da poesia à chuva.

Gosto de pensar que também há poesia num brilhante passe de DotA.

Thursday, July 17



Está quase, quase na hora da saída...

Wednesday, July 16

Steve McQueen

"Si en algún paso cebra la encuentras
Dile que le he escrito un blues"

Monday, July 14

Sem fim



Quando não existe a gravação que preferímos, pelo menos existem outras bonitas...

Friday, July 11

Someone like you

"I remember you said
Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead"


O oposto do avesso, como sempre. I wish nothing but the best.

"You can't break my spirit - it's my dreams you take".

Thursday, July 10

"And when I promise something, I never ever break that promise."

Friday, July 4

Brainwash

O grande problema é quando te dão trabalho para o fim-de-semana e tu, depois de te sentires tão mal pela falta dele, se não ficas contente ficas pelo menos aliviada.

Conclusão

Cheguei à conclusão de que, no final, nesta história todos nos trocamos por outros, como naquele poema que não me lembro. Como os filhos do primeiro casal, mais trocas provavelmente se geraram depois da grande troca inicial, pessoal. E o que podemos retirar de útil daqui?

Nada, na verdade. Só mais uma forma de tentar ver também os cinzentos, para não adormecermos a maioria das noites sentindo-nos vilões.

To infinity, and beyond


Tuesday, July 1




Ou quem boa ou má cama fizer, nela se deitará. 

Dos amigos que se perdem


"Se a poesia se cala acerca
dos sinais de verão,
porque haviam as tílias de existir?"

Nuno Dempster, Na luz inclinada

Monday, June 30




Em dias de sangramento somos (plural majestático) ainda mais bregas do que o costume.

Friday, June 27

Resposta da Rita

"não matei nosso amor de vingança e deixei como herança um samba também"

Soneto de devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez… — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Vinicius de Moraes 


https://www.youtube.com/watch?v=9y-FIzUqGjw

Monday, June 23

Ternura

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

 

David Mourão-Ferreira, in Infinito Pessoal

Let's do somethin' crazy

 :)

http://wtsof.tv/watch/S5E9-the-last-temptation-of-homer

Friday, June 20

Hmm...

"Vais amar este escritor! Ele tem uma coisa muito grande!"
Freguês para a afilhada, partilhado pela Livreira Anarquista

Thursday, June 19

But all I really want




"How can you be so damn naive?
You cause me some frustration
You keep it under lock and key
Why don't you try my combination?"
 

É complicado abrirmo-nos em carne viva, confiando que não nos vão voltar a fazer aquilo que outros, noutras eras, nos fizeram. Mas eu não quero continuar a maldição do gelo que nada ajuda no amor.

As dores de barriga


Nem sempre vêm de coisas más.

Tuesday, June 17

Saudades

Muitas vezes ainda tenho vontade de chorar, quando penso em ti.

Como nos últimos filmes da Disney, uma parte do verdadeiro amor que existe no mundo não está nas relações amorosas entre homem e mulher nas suas variações; também se encontra entre avô e neta.



Thursday, June 12


Wednesday, June 11

Isn't this ironic

"Santo Ivo recorda-nos que o direito foi concebido para o bem das pessoas e dos povos em geral, e que a sua função essencial consiste em salvaguardar a dignidade inalienável do indivíduo em cada uma das fases da sua existência, desde a concepção até à morte."

Isto na página da Ordem, que é a primeira a garantir que os pobres nunca se tornarão advogados. O que me lembra: até São Ivo, ainda que asceta, era abastado... 
"Somos bagagem. E precisamos de que o outro esteja disponível para nos ajudar a desempacotar caixotes. Mas, antes disso, precisamos de estar disponíveis para aceitar a bagagem do outro. 

Somos bagagem. Eu e tu. E, a tua bagagem, é como se minha fosse. Basta entrares e pousares as malas. E recostares-te."

Anónimo que circula na internet

But mami




"when he smiles I feel like a little child"

Monday, June 9

Nerd tardia



O que somos sempre se vai completando, mutando, Mystiques da vida real.

Meu mundo é hoje



Este espaço já deu problemas de mais, e não vale a pena. Ou vale? Porque "eu sou assim".

Wednesday, June 4


Avatar do verde

(...)
Tu mudaste a Natureza ...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.

Alberto Caeiro, in O Pastor Amoroso

Tuesday, June 3

Samarcando


Monte Rushmore

Só mesmo o Homem auto designando-se suficientemente importante para ter rostos da sua espécie cravados na pedra.

Arquétipos


[imagem de uma aranha shelob que não consigo pôr aqui porque a ideia de 8 patas no meu querido blog me deixa sem vontade de voltar a entrar nele]

A simbologia tem proliferado.

A toalha presa no andar de baixo, por exemplo, voltou finalmente. No mesmo dia em que acreditei finalmente que tudo iria, eventualmente, ficar bem. O meu self de Jung não consegue deixar de se entusiasmar com estas coisas, os tais símbolos que pejam o caminho e que me surgem quando eu mais preciso de saber se estou a ir na direcção certa.

E a aranha de outro continente que nos podia ter matado a todos foi esmagada sem sequelas.

http://www.infoescola.com/aracnideos/aranha-marrom/

http://en.wikipedia.org/wiki/Self_in_Jungian_psychology

A flor e o espinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca flor
Eu só errei quando juntei minh´alma à sua
O sol não pode viver perto da lua

É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d´água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em teu amor

https://www.youtube.com/watch?v=qY7g_uSgysE

Friday, May 30

Are you getting something out of this all encompassing trip?



It's difficult to forgive ourselves, even for what we are not to blame

Thursday, May 29

Eu gostava de ser


Gojira.

Don't speak mood

Eu sempre achei que sou forte, que consigo lutar em várias frentes e suportar bem verdades duras, ao contrário do que às vezes me dizem (porque ser forte não é não sofrer, não chorar e que não custe, mas integrar o que aconteceu, por mais que nos pese, e continuar a luta, acho). Mas tem vezes em que é duro demais - e é pior porque nem se pode dizer que seja o universo inteiro a conspirar contra nós, é que uma pequena diferença numa e noutra coisa nos facilitaria, imenso, a vida, pois tudo quase bate certo até àquele pequeno pormenor (das collants que não encontramos ou da nacionalidade distante).

Ou então muita coisa é complicada demais mesmo, sem atenuantes. Um amigo perdido e a sua falta, um amigo que se consome lutando também a grande luta, uma nova amizade que se constrói, tudo isto já chegava, sem a adição do amor que tudo sublima e machuca, e sem os percalços do que aprendemos a chamar o nosso campo "profissional", que são nódoas no quotidiano.

Ah, estou cansada, apenas. Há dias em que a constatação de que, por mais que tentemos, não conseguimos fazer sempre a coisa certa (porque a maior parte do tempo não sabemos qual é, e no resto do tempo o que é certo num lado da balança desiquilibra o outro), nos deita abaixo por momentos.

PS: Também posso estar em modo de lamentação apenas porque me doem os dentes e não tenho dinheiro nem tempo para ir ao dentista. É, tem essa.

Sunday, May 25


Friday, May 16




Talvez o segredo seja amar sempre, incondicionalmente, dar tudo, and clean up the mess que tenha sido inevitável. Mas nunca amar demenos, ainda que dê medo estatelarmo-nos.

Não sei o que é que manda no coração, nem se ele sabe perdoar verdadeiramente alguém que alguma vez o partiu. Por isso, por não ser possível ter a certeza, sejamos verdadeiros. E cuidemo-nos. Se errámos alguma vez façamos desse erro a lição, para não o repetirmos com mais ninguém.

Thursday, May 15

Time



Dez horas de inception talvez não seja assim tão mau, até. Porque a vida é, de facto, um conjunto infinito de matrioskas, e a expectativa que se pressente na melodia é igual à expectativa de ver como esse conjunto se irá desenrolando.

Tuesday, May 13




Porque é que elas se beijam? Seria melhor se não o fizessem, e fiquei desapontada quando vi o vídeo até ao fim, por acaso, depois de já o ter posto aqui. A intensidade não tem de ser expressa desta forma teatral distinta da música, nem artistas cuja orientação sexual é assumidamente pouco consensual devem usar isso para obter um extra-aplauso no final da actuação.
Que pena.

" (...)
Apalpo agora o girar das brutais,
líricas rodas da vida.
Há no esquecimento, ou na lembrança total das coisas,
uma rosa como uma alta cabeça,
um peixe como um movimento rápido e severo.
Uma rosapeixe dentro da minha ideia desvairada.
Há copos, garfos inebriados dentro de mim.
- Porque o amor das coisas no seu tempo futuro
é terrivelmente profundo, é suave,
devastador.

(...)



Herberto Helder
(via S. Knecht)

The Double

Porque é que eu tenho de ser o verso do teu avesso? A piada cósmica tem cada vez menos graça, mas pelo menos percebo melhor o que é que me passou pela cabeça.

(Queria tentar deixar de seguir o que pensas e porém não consigo, por interesse das coisas e porque keep your enemies closer, e quem sabe once an enemy always an enemy)

I'd rather


I've never written a love song
That didn't end in tears
Maybe you'll rewrite my love song
If you can replace my fears
I need your patience and guidance
And all your lovin' and more
When thunder rolls through my life
Will you be able to weather the storm?
There's so much I would give, baby
If I'd only let myself
There's this well of emotions
I feel, I must protect
But what's the point of this armor
If it keeps the love away, too?
I'd rather bleed with cuts of love
Than live without any scars
Baby, can I trust this?
Or do all things end?
I need to hear that you'll die for me
Again and again and again
So tell me, when you look in my eyes
Can you share all the pain and happy times?
'Cause I will love you for the rest of my life

Friday, May 9

A erva daninha

Sou uma erva daninha.
Nem princesa, nem rainha.

Não tenho eira nem beira.
Nem ninguém que me queira.

Comigo ninguém se importa.
Todos me querem ver morta.

Sei que sou amaldiçoada.
porque não sirvo pra nada.

Mas a culpa não é minha,
de ser uma erva daninha.

Inventaram o herbicida,
pra me complicar a vida.

Mas isto não fica assim.
Vamos ver quem ri por fim.

Nem princesa nem rainha.
Sou uma erva daninha.


Jorge Sousa Braga


Eu não sou erva daninha, porque comigo importam-se e não estou amaldiçoada; mas nos dias de menos moral também me sinto uma. Nem princesa nem rainha.

Tuesday, May 6


Qual é a minha
ou a tua
língua?

Jorge Sousa Braga


O paraíso é onde o absurdo é dito na tua língua.

Monday, May 5

"A mente podemos aprender a controlar, por uns minutos. A respiração também. As emoções não."




"E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão"

Tuesday, April 29


Monday, April 28

Mysteries, yes

Truly, we live with mysteries too marvelous
to be understood.
How grass can be nourishing in the
mouths of the lambs.
How rivers and stones are forever
in allegiance with gravity
while we ourselves dream of rising.
How two hands touch and the bonds
will never be broken.
How people come, from delight or the
scars of damage,
to the comfort of a poem.

Let me keep my distance, always, from those
who think they have the answers.

Let me keep company always with those who say
“Look!” and laugh in astonishment
and bow their heads.

Mary Oliver, in Evidence
"On parle de la douleur de vivre. Mais ce n’est pas vrai, 
c’est la douleur de ne pas vivre qu’il faut dire."

Albert Camus
http://mdcia.wordpress.com/2014/04/27/carta-de-albert-camus-a-rene-char/

Thursday, April 24

"Maybe that's what happens when a tornado meets a volcano"

Wednesday, April 23

a uma flor de distância


El daño

Te he hecho daño, alma mía,
he desgarrado tu alma.

Entiéndeme.
Todos saben quién soy,
pero ese Soy
es además un hombre
para ti.

En ti vacilo, caigo
y me levanto ardiendo.
Tú entre todos los seres
tienes derecho
a verme débil.
Y tu pequeña mano
de pan y de guitarra
debe tocar mi pecho
cuando sale al combate.

Por eso busco en ti la firme piedra.
Ásperas manos en tu sangre clavo
buscando tu firmeza
y la profundidad que necesito,
y si no encuentro
sino tu risa de metal, si no hallo
nada en qué sostener mis duros pasos,
adorada, recibe mi tristeza y mi cólera,
mis manos enemigas
destruyéndote un poco
para que te levantes de la arcilla,
hecha de nuevo para mis combates.




Pablo Neruda

Tuesday, April 22

The air that I breathe

Valeria a pena, mesmo que fosse no último dia do mundo, como o Steve Carrel. Mesmo que não houvesse maneira de saber se ia dar certo, mesmo que significasse magoar (pouco ou muito) quem me rodeia.

Por ti, eu arrisco largar tudo.

Ou esperarei, as horas "sem fim, pesadas, fundas", do Eugénio, que serão cheias de sol porque tu existes.

Monday, April 21



"A beleza vira-nos a alma do avesso e vai-se embora" 

Eugénio de Andrade

Sunday, April 20

Come on



A intensidade tem um preço.


"You know ya got the brand o' kisses that I'd die for"

Saturday, April 19

Existem pessoas

"Eu vi então que o ioga é só mais uma prática, e que não importa quão bem vista determinada prática seja para determinado corpo social, e que não existem experiências e práticas que possibilitem uma maior ou menor abertura para o novo. Existem, no entanto, pessoas, que vivem vidas ora grandes ora pequenas, acomodadas e seguras, depois perdidas e aflitas, estressadas, relaxadas, paradas, ou movimentando-se. Vi que tudo isso cabia em mim, não ao mesmo tempo (ou talvez também ao mesmo tempo?), mas em movimento de alternância, não só bipolar, mas pluripolar, hetero-polaridade existencial."

Wednesday, April 16

Monday, April 14

Friday, April 11



Arale forever.

T'is better to have loved and lost, than never to have loved at all


"There is no way to implement a visitation-rights policy that wouldn't disrupt the lives of these highly sensitive creatures who don't understand the concept of a weekend home, or put me in a place where I am no longer welcome. (And anyway, in the latter scenario, what am I going to do, go over and pet them manically for a few hours on Sundays?) Splitting them up and coupling with them in the way that would make the most sense (Rudy for me, Winston for him) would also be too traumatic – they wouldn't get it and each would miss their brother."

Pensando melhor sobre o assunto, portanto.

Espero, egoisticamente, não ter também de pensar num discurso assim para vocês, que tudo continue como está. Ao mesmo tempo sei-me preparada para isso, se for preciso (e culpada moralmente se não pondero com seriedade partilhar-vos, apesar de todos os problemas inerentes). Há vários argumentos a favor de uma vida sem a preocupação convosco e com os vossos disparates. Mas vocês são uma parte de mim.

Quantas partes de mim vou deixando para trás, como pele de cobra?

Tuesday, April 8


Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante 
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

 Vinicius de Moraes 

Monday, April 7

"Yeah, you're worth the trouble and you're worth the pain
And you're worth the worry, I would do the same
If we all went back to another time
I will love you over"

Sinthoma


Tuesday, April 1




Repito baixinho, vezes sem conta, "don't you know, you fool, you never can win", mas algo em mim não se convence

Wednesday, March 26


"You're a girl dragon” he says, and the fearful fire breathing dragon blushes"

Normalidade não é connosco

E o que as pessoas significam para nós não se mede aos palmos. 

O nosso melhor amigo pode mudar, todos os anos, de acordo com a pessoa que naquele momento está disposta a ouvir-nos e a não nos julgar, porque não é disso que precisamos. Para nos julgar já existem as nossas próprias dúvidas.


Tuesday, March 25

A Rita

As coisas deixam um lastro, é verdade. Mas o que eu acho importante, onde eu acho que está o segredo, é o que nós fazemos com o conhecimento disso, o facto de sabermos que esse lastro existe. O que fazemos com ele, portanto, e não a sua existência, que essa não podemos mudar. 

Sunday, March 23

Pau no cu da Ordem.

Saturday, March 22

Bens materiais

Um livro que vai, um filme que fica. Somos tao apegados às coisas, e ao mesmo tempo tão indiferentes.

Thursday, March 20

Linhas rectas


Boucinha

Hoje, primeiro dia da primavera, fazias anos. O que será que pensas de mim, das minhas escolhas, do caminho que trilhei? Nunca mais consegui entrar na tua casa, fico presa na soleira, como vampiro não convidado. Aquele lugar já não é o teu. Mas qual é, então? Não são os dois metros quadrados de terra com um número em Benfica, certamente. Mais do que aí, moras naquele placar plástico no Saldanha a proteger umas obras, que diz Soares da Costa. Moras em mim, no meu desejo de ser Boucinha, nos arrependimentos que tenho. Não tenho muitos, e às vezes até do teu me esqueço, e por momentos penso que bom, vinte e quatro anos já, atribulações, e nenhum arrependimento. Ah, mas há um, subterrâneo, inquieto, do último dia em que não estive lá para me despedir de ti porque substimei a força da vida e da morte. Quando fico muito triste por causa disso consolo-me com o sonho que tive contigo na noite seguinte, nesse momento que tivemos para nos despedir. Tento também lembrar-me que o homem que foste tinha muitos problemas, muitos defeitos, fizeste infeliz pessoas de que eu gosto. Ah, mas não consigo concentrar-me nisso, porque também foste tu que acolheste a M. sem a julgar quando precisou, foste tu que choraste naquele dia, por nos amares. Foste tu que me gravaste aqueles VHS cheios de bonecos para me agradar, fizeste recortes para discutirmos juntos e me tentaste explicar o que realmente pensavas sobre religião. Tenho pena de todas as vezes que não quis estar contigo, principalmente mais perto do final, porque muito faltou contares-me. Eu sei que sentias o mesmo por mim que eu senti por ti, quando li o teu livro e vi os primeiros rascunhos encontrei no meio fotos e poemas meus que te dei. Até partires, nunca tinha partido ninguém que eu amasse, por isso contigo aprendi a morte, também. Acho que se me visses agora, se me estiveres a ver, vais continuar do meu lado, aprovador.
 
Sinto a tua falta. Feliz aniversário...

Tuesday, March 18

Mestiçagem

"Português a falar brasileiro não tem jeito, mesmo quando tem. Mas o que não tem jeito mesmo é perder tempo a não ser entendido. Não vou subir a favela e dizer sítio quando posso dizer lugar, ou apelido quando posso dizer sobrenome, ou alcunha quando posso dizer apelido, ou apanhar o autocarro quando posso pegar o ônibus. Português a falar brasileiro não é jeito de dizer, porque português e brasileiro falam sempre português, em toda a sua mestiça extensão. Nenhuma outra língua é tão falada no hemisfério sul. Finco os pés onde estou para a usar. Se não me esqueço de quem sou, porque terei medo do que serei? Muito do que hoje é brasileiro foi português antigo que Portugal perdeu, cardápio reduzido, falta de apetite. E eles continuam a vir, deitistas, higienistas, fiscais de contas, reduzindo a língua a um quartinho, e de colarinho: não respire, não respire. Ave a poesia, cheia de fome, Herberto Helder mais jovem que nunca, comendo a língua com travesti brasileiro e tudo."



Alexandra Lucas Coelho

Monday, March 17




O António Variações do outro lado do atlântico.

Te ganhar ou perder sem engano

Se tem tudo para dar errado, porque eu geralmente tenho esse condão e o universo não conspira a meu favor, let's beat the odds, que eu adoro este tipo de desafios.


Sunday, March 16

I walk the line



"Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"
"Ah, diz quantos desastres tem na minha mão"

Friday, March 14

Spite

"There is a one-word answer to that question, and that word is spite. Spite is underrated because people think it is an emotion for selfish people who are just nasty for No Good Reason. In an academic context, though, spite can be very useful. Spite, Gordon Gekko might say, is good. In fact, I’m convinced that spite is the best motivator for getting to the end of the long graduate school road. (...)

Before I discovered spite, I went to therapy to figure out how to finish my diss without admitting myself into a mental institution. (My university offered a number of free therapy sessions to all graduate students. What does that tell you?)

Why did I need spite?

I wanted to quit graduate school, but I felt that I was too far gone to turn back. (I was wrong, of course. Quitting can be a virtue.) But I was stuck because I couldn’t remember what I was doing in grad school in the first place. In fact, I did not care to remember. I didn’t care about anything but the answer to the question, when will the misery of this experience end?

Do you wake up every morning trying to summon the energy to open that document, the one that you despise with every fiber of your being, and type more words without puking all over your computer screen? If this sounds familiar, I think you owe it to yourself to cultivate spite.

Spite motivates in the absence of any rational context for making progress and in the knowledge that all your effort will most likely come to nothing. Spite is a combination of self-loathing and disgust. It is an elegant contempt. Acting out of spite does not mean that one is always right or blameless, which is what makes spite different than sanctimony. For example, I take responsibility for not doing more research about academia before I enrolled in Humanities graduate school. But that doesn’t mean I wasn’t abused once I arrived in academe. And it doesn’t mean I didn’t deserve better as a student and as human being. I was wronged, but I was also a fool. Coming to that awareness and putting it to use is the essence of spite.

That advice really jarred me out of my stupor. I realized that I should not finish my dissertation because I really cared about my research (I didn’t), because I wanted to get a job (I wouldn’t), or because I wanted to please my advisor or anyone else (no one is worth that level of misery).

Instead, I would defend my dissertation to spite everyone who had ever told me to enroll in a graduate program because I was “smart” and smart people should just drop out of society and go to school forever, apparently."

http://postacademicinnyc.wordpress.com/2011/09/20/308/
"no tiro de guerra, o sargento já dizia, se está no inferno, abrace o capeta"


Diferentes, mas parecidas.

Thursday, March 13

Busca-vida

Doce, forte e cara.

Com tendência a fazer besteiras, but worth it, no final do dia, eu espero.

Ah coração leviano não sabe o que fez do meu

Minha viola vai pro fundo do baú
Não haverá mais ilusão
Quero esquecer ela não deixa
Alguém que só me fez ingratidão
(Minha viola)

No carnaval quero afastar
As mágoas que meu samba não desfaz
Pra facilitar o meu desejo
Guardei meu violão, não toco mais

Paulinho da Viola



Detesto ser ingrata. Mas há coisas que eu não comando, mais fortes do que isso, mais fortes do que eu. Como a voz dele.

Wednesday, March 12



Não é só o Dirty Dancing que pode considerar-se rock brega do melhor, eheh

Tuesday, March 11

Timidez

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...

- mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...

- palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

- que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

e um dia me acabarei.


Cecília Meireles
"Any road followed precisely to its end leads precisely nowhere. Climb the mountain just a little bit to test that it's a mountain. From the top of the mountain, you cannot see the mountain."

"Muad'Dib: Family Commentaries", by the Princess Irulan

Monday, March 10



Saturday, March 8