I don't like flowers - they do remind me often
Of funerals, of weddings and of balls;
Their presence on tables for a dinner calls.

But sub-eternal roses' ever simple charm
Which was my solace when I was a child,
Has stayed - my heritage - a set of years behind,
Like Mozart's ever-living music's hum.

Anna Akhmatova

Turismo - Ruy Belo

Eu vi morrer um homem e caminho

Vários motivos de morte e uma

agenda mas

almoço

Há mesas e cadeiras e passeios e

sabe-me

a café

Mistério de maresia ou de ninguém

Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros

"Não havia dúvidas sobre o que estava a acontecer à cara dos porcos. Os que se encontravam lá fora olhavam do porco para o homem, do homem para o porco e novamente do porco para o homem, mas era já impossível distinguir uns dos outros."

George Orwell, Animal Farm

Pensando na condição humana, e na sua incapacidade para o amor incondicional

"Dias há em que, relendo o meu Plutarco, digo para comigo que é demasiado tarde, e que o homem e o mundo já foram."

Marguerite Yourcenar, em A obra ao negro

Pequeno Vade Mécuum da Felicidade

Cor de Rosa ou Azul Ciano : cor com que se identificam aqueles que acordam num domingo de manhã a cantar;

Saber de cor (by heart, par coeur) : conhecer com o coração.

"Quando um gato está zangado, o outro deve ronronar-lhe" : expressão que personifica uma ideia geral de bom senso quando na presença de um conflito.

Telefonemas : Actos por definição incompletos, que mais não servem do que para aumentar possíveis saudades (mas que mesmo assim insistimos em concretizar)

Florir : dar seguimento à Primavera, mesmo quando o Inverno gela.

Algumas coisas se aprendem a estudar Direito Internacional

Draco: (7th century bc), Athenian legislator. His codification of Athenian law was notorious for its severity; for instance, the death penalty was imposed even for trivial crimes, which gave rise to the adjective draconian in English.

Aqui e aqui

Se Verlaine o diz

"Ne métaphorons pas, foutons"

The Road

The Man: If I were God, I would have made the world just so and no different. And so I have you... I have you.

2009 em lista

Esta é a época em que se encontram listas por todo o lado na internet. Também quero contribuir, até porque adoro listas, como a personagem principal do High Fidelity. (Anouk, quem pomos na lista do "já iam"?)

Aqui estão doze livros, doze filmes e doze músicas que descobri em 2009, e que já não me largam.

Livros de 2009
- O Barão Trepador, de Italo Calvino
- Casa da Misericórdia, de Joan Margarit
- Slaughterhouse 5, de Kurt Vonnegut
- O Jogo das Contas de Vidro, de Herman Hesse
- Os Poemas Possíveis, de José Saramago
- Louvada Seja, de Odysseas Elytis
- Jacques, o Fatalista, de Jacques Diderot
- Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro
- The Enchantress of Florence, de Salman Rushdie
- Chagrin d'école, de Daniel Pennac
- Jane Eyre, de Charlotte Bronte
- Histórias para uma Noite de Calmaria, de Tonino Guerra

Filmes de 2009

- Os Miseráveis

- Le Grand bleu
- Karaté Kid
- Back to the future
- Breakfast at Tyffanie's
- Horton Hears a Who
- A Onda
- Wall.e
- Planet Terror
- Inglourious Basterds
- The Cube
- The Merchant of Venice

Músicas de 2009

- Patience, Guns N'Roses
- Whatever Makes You Happy, PowderFinger
- Dear Catastrophe Waitress, Belle&Sebastien
- Me in You, Kings of Convenience
- Homem, Caetano Veloso
- Rua do Capelão, Cuca Roseta
- Qual é?, Djavan
- Dog Days are Over, Florence and The Machines
- I Need you, Alicia Keys
- Òu va-T-on?, La Tordue
- You Lost that Lovin' feeling, The Righteous Brothers
- Jai Ho, The Slumdog Milionaire bso

Legenda

Hoje, quero da vida
Que ela seja tranquila;
Que seja uma dor e doa,
Mas uma dor boa:
Sem o sal que na ferida
A torna mais dorida

Emanuel Félix, in 121 poemas escolhidos (Salamandra)

Intervalo de poesia no estudo de direito

"Imaginação que porventura se não realiza nunca. E daí quem sabe? A culpa é talvez da palavra, que é abstracta demais. Saúde, riqueza, miséria, pobreza e ainda coisas mais materiais, como o frio e o calor, não são senão estados comparativos, aproximativos. Ao infinito não se chega, porque deixava de o ser em se chegando a ele."

Advertência nas Folhas Caídas, de Almeida Garrett

Prendas natalícias tardias

Sobre o (des)acordo

"Evanildo Bechara, académico brasileiro, coordenador da equipa que elaborou o referido vocabulário, sublinha que «o novo sistema ortográfico veio realmente para simplificar e não para complicar a vida dos que escrevem, dos utentes da língua portuguesa».
Esta frase leva-me a reflectir sobre o que significa «complicar a vida dos que escrevem», parecendo legítimo inferir-se daqui que a "complicação" maior seria a da utilização das tais consoantes não articuladas: se não se articulam, não se escrevem, para não «complicar a vida dos que escrevem».

O conhecimento surge, assim, como sinónimo de "complicação". É que essas tais consoantes não articuladas, varridas da grafia portuguesa por cedência à oralidade ou à "simplicidade", são (eram?) elementos fundamentais das raízes das palavras, dos radicais, ou seja, dos segmentos das palavras portadores do seu significado primitivo e profundo.

Exemplifiquemos, para que se compreenda melhor.
Reparemos nas palavras acção, acto, actor, actividade, activo, actuar: retirar o c destas palavras significa eliminar uma parte do seu radical, presente em todas as palavras da mesma família. Trata-se da raiz antiga ag-, do verbo latino agere, cujo particípio é actus, que significa, originariamente, «pôr em movimento», «fazer (de modo contínuo)». O significado de fazer, de agir, presente nesta raiz, que pode ter a forma ag- ou ac-, é visível nas palavras acima referidas e, ainda, em outras tão diversas como reacção e reagir; acta, activista, actuação, actual; agenda, agente, ágil, agitador, agitar. Exemplifiquemos algumas. Quem faz muitas coisas é uma pessoa activa; quem se move (age) com destreza é ágil. Quem faz algo é um agente. Quando é preciso registar o que há para fazer, usa-se uma agenda. E o conjunto das acções, do que foi feito, é, em latim, a acta, que também designa o documento de registo dessas acções. Quem age denodadamente por uma causa é um activista, por vezes um agitador, da família de agitar, que designa o acto de fazer algo repetidamente."

Encontrado nesta página do Ciberdúvidas

Para um pouco de coragem, no início deste 2o Período no 9º ano

Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.

Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.

Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.

Luís de Camões