Tuesday, June 30

Again and again and again

"I'd rather bleed with cuts of love
Than live without any scars"

Sunday, June 28

As one


Carta ao Governo

"People, not commercial organizations or chains of command, are what make great civilizations work. Every civilization depends upon the quality of the individuals it produces. If you over-organize humans, over-legalize them, suppress their urge to greatness - they cannot work and their civilization colapses."

Dune, p. 794

Tuesday, June 23

Sabemos que o tempo passou

Sabemos que o tempo passou
Que alguma coisa deveria ter sido dita
(talvez depois, talvez mais tarde)
Deixamos atrás de nós
Uma sequência desconexa de gestos irreparáveis
E, feridos,
Por todas as coisas
que poderíamos ter evitado a nós próprios
Caminhamos para o silêncio
E para a escuridão indefinível dos bosques.

Luís Falcão, in «Pétalas Negras Ardem nos Teus Olhos», ed. Assírio & Alvim, 2007

Declaração de intenções

"Eu, pessoa igual a mim própria, tenho jeito para muita coisa mas não sei fazer nada de jeito. O meu maior talento é não saber utilizar o tempo e a inteligência, por isso escrevo banalidades sem voltar atrás para as ler, de acordo com o meu próprio acordo ortográfico. Gosto de escrever coisas com as quais discordo passado meia hora e nem sempre tenho capacidade para responder aos comentários. (...) Tudo o que eu digo é mentira até prova em contrário. As minhas sinceras desculpas."

Ou não.

Aqui: http://febredosfenos.blogspot.pt/

Paixões


(Foto da Cócó, que espero não se importe que a peça emprestada)

Apaixonei-me, e nem dei por isso. Quer dizer, havia uma grande atracção, ainda antes de nos conhecermos, mas a convivência íntima deixou-me uma sensação de perda irreparável quando nos tivemos de separar. E agora quando vejo fotos tuas às vezes dá-me um aperto no coração, até uma lágrima marota no olho. Não é como se nunca mais fosse até ti, espero; o que eu não sabia é que também se podia amar uma cidade onde não nascemos. 

Monday, June 22

Ending seasons




Até o Jon Snow, a sério Martin? Sabes que mais dia menos dia estás a sofrer uma atentado, não sabes?

Friday, June 19

Ainda há cravos

Ainda há cravos no chão do meu país que dão cor ao mito,
as rosas são cada vez mais o luxo oferecido nos corredores
e templos da traição, as saborosas laranjas do sul simbolizam
a norte a putrefacção espiritual da canalha, o azedume dos agiotas.
Ainda há cravos no chão do meu país que rejuvenescem
a cultura do olhar, o gesto da mão na face de quem acredita
nas praias e na extensão solidária das águas, no território
de todos os berços, no acesso às esplanadas, no respeito
em festa. Ainda há cravos que não mudam de cor, um mar
que pertence ao poema, o som que o identifica na palavra
a maré da língua de muitos mundos, o idioma do azeite
dourado, o sabor do peixe nostrum, a pigmentação das hortas,
a simplicidade festiva da existência, o território dos jovens
com direito a um país com memória e portas abertas
ao seu registo futuro.
Nada é aparente na estratégia a Norte, a sua transparência
tem a opacidade de um deserto de areias negras,
tão negra como a devastação que querem infligir ao chão
do meu país que ainda faz brotar cravos de ressurreição solar.

Luís Filipe Sarmento, «Casa dos Mundos Irrepetíveis», 2015

Mean Girls


Know better.

Thursday, June 18

Me dê motivo

É por isso que tens andado a cantar esta? Mas nenhum de nós vacilou nunca, pelo menos. É só o jogo sujo da vida.

Monday, June 15

Mal etiquetada (vilã)

As pessoas adoram labels, tabelas, gavetinhas. E têm ódios particulares - principalmente com aquilo que elas chamam as diferenças. Ser homossexual, até há pouco tempo, era ser diferente, por isso os homossexuais "irritavam", supostamente por uma série de razões, que na verdade se resumiam a uma verdade: eram diferentes. Hoje em dia esse lugar foi (por um lado felizmente) ocupado por outras questões menos importantes, como o "ser feminista". E "ser vegetariano". Ah, as dores que causam aquelas pessoas que dizem que são vegetarianas, a vontade de saltar da cadeira insultado para lhes esfregar o bife e a anemia na cara! A maior defesa destas pessoas é, portanto, fecharam-se nessa definição, reduzindo as suas ideias àquelas que a pessoa que as julga acha que têm. Se a pessoa que é vegetariana insistir muito em salvar o planeta e cuidar dos animalzinhos, enquanto ignora outras questões pertinentes, é deixada em paz, de uma forma ou outra. Se for coerente nesta sua atitude. Porém, ai daquele que não for coerente, que diga que é vegetariano mas que coma carne nalgum dia! Isso não pode ser, saltam os grandes inquisidores da coerência e dos valores, que até então gozavam com o protector das alfaces, e que agora o vêm chamar vira-casacas, traidor, desonesto. Dizer que se é vegetariano não é a pior forma de ser um pária social; a pior é dizer-se que se é vegetariano, ao mesmo tempo que se nega a gaveta, e se salta dessa prateleira para outra coisa. Porque as pessoas aceitam os bem-comportadinhos, mesmo diferentes, se estes se deixarem na sua gaveta. Agora saltar de gaveta em gaveta, ou pior!, ocupar o espaço de mais do que uma, isso é lesa-majestade, é fraude ao sistema tão funcional de preconceitos que construímos. 

Mas a verdade é que eu não pensava escrever sobre isto, quando vim para a página branca. Eu queria falar sobre a minha razão de ser uma vegetariana falhada, a vegetariana que come o prato proibido uma vez por mês mas continua a achar que tem o direito de, se a obrigarem a entrar numa gaveta formalmente, escolher a gaveta sem carne. Porque essas razões não têm nada que ver com as razões que muitas pessoas pensam com certeza que governam estas coisas, desde a saúde à mera preguiça ou vontade social de dobrar. Não, são bem mais profundas, e negativas: são o mal na sua essência. Comer carne é, para mim, uma prática do mal, uma missa negra maldita, com a cruz invertida. O pecado pessoal, íntimo, prazeroso de quem causa um ferimento e se sai bem com isso. Eu sou tão má como a pessoa do lado, mas tenho a minha maneira específica de ser má - tal como boa. Eu sou boa demais, vezes demais, para pessoas más de mais, que irremediavelmente se aproveitam para cumprir as suas próprias maldades e se limparem em mim. E eu sou boa, quero ser boa, mas não sou parva - como essas pessoas sempre pensam. Eu sei o que se está a passar, e ainda assim não mordo; porque não quero. Normalmente porque não quero identificação com essa origem de mal, porque não quero problemas de consciência, eu que os tenho mais fácil. Como diz o R., eu gosto de ser a pura, a que está moralmente acima. Essa é a minha forma de maldade, por isso cultivo-a, com requinte, regada com sangue inocente. Morderei - mas não naquela altura, não a pessoa que merecia, mas um frango no churrasco da esquina. 

Friday, June 5




Monday, June 1

Do fundo do meu coração



Se houvesse vontade de penitenciar, seria isto, com o tom da outra música. Mas eu já não estou perto demais, por isso na verdade não interessa.

Porque é que a Adriana entende tanto destas coisas? Qual Chico, até qual Caetano. Só uma mulher sabe amar como uma mulher (mesmo que ame outras mulheres).