Tuesday, May 27

De mar e fogo

Procuras-me quando te procuro e
na madrugada crepúscular dos nossos
sentidos somos astro breve que
flameja, depois explode em rouco
grito. Sol que arde mas não se extingue.

Das ondas de amor que na nossa cama
sulcamos restam traços líquidos de
antecipação, vestígios de maré crescente
que te sobe no meu corpo e te mergulha
em meu ventre de profundas e densas águas.

Foste talhado por Pigmalião em
âmbar puro, amor.
Agarro-me a ti quando
no naufrágio do nosso corpo me
afundo e em voz baixa te peço
para desaguares em mim.

Joana Garcia

3 comments:

Anonymous said...

diria que se o teu pai lesse isto,expulsar-te-ia de casa...mas eu estou de acordo com a liberdade dos filhos de deus, e cada um é livre de escrever o que quer...e também de fazer o que quer.
Demasiado explicito, luxurioso...

R.Joanna said...

Agradeço os avisos, mas não só o poema não é da minha autoria (como deverás ter reparado, indiquei a original)como existe uma coisa denominada sujeito poético :P

Diria antes que casa um é livre de postar o que quer. Pela beleza pura, e porque não explicita, e porque não luxuriosa, das palavras.

neverland said...

Pintura de amor em que os olhos são palavras de uma língua muito restrita.

jtm