Friday, August 2

Pela desordem dos sentidos

Sou fã da desordem, como enrique vila-matas. Não necessariamente da desordem física, sino más bien da desordem mental, da liberdade absoluta. Não acredito que o emprego fixo, a respeitabilidade, o hábito nos façam mais felizes do que o inesperado, do que o desafiante. Ser livre para não tirar a melhor nota possível naquele exame, para entrar na mesma carruagem que aquele rapaz giro no metro e dar-lhe o meu número, para escolher as amizades que se deseja manter e devagar matar as outras — pior!, ser livre de preferir pouco dinheiro e mais tempo para o que verdadeiramente interessa, que são os gatos, ler nos transportes públicos, amar. Porque desse caos, sim, nasce o melhor de nós, escondido que costuma estar no meio dos papéis, ou espartilhado pela ideia da sociedade do que é ser normal. Abaixo a normalidade! Somos todos anormais, nem que seja só porque todos somos, fatalmente, diferentes. Por isso devíamos respeitar o caos, força criadora, matriz da vontade, pelo menos tão importante quanto o desejo pela paz e pelo habitual que nos acompanha.

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