Sunday, December 16

Ódios de Estimação

Sempre fui adepta da franqueza absoluta. Daquela que dói e fere algumas vezes, daquela que faz rir também, quando nos perguntam o que achamos do cachecol e respondemos simplesmente que é horrível. Nunca percebi porque é que algumas pessoas preferem falar do ausente, do que acabou de sair ou está mesmo a apenas alguns metros de distância (factor que adiciona o seu quê de adrenalina). Precisei mesmo de ajuda para entender o gozo; afinal é mais fácil falar de outrem e por favor que ele não esteja presente!, já imaginaram se por acaso tem razão e eu não, que chatice se estiver logo ali para me corrigir, assim ao menos temos o tempo que demoram as notícias a chegar (que nunca é muito, então agora com o evento da globalização), e a adulteração destas pelo volútel ouvido humano.

Para quê fazermos barulho, cenas públicas e outras vergonhas quando podemos conversar tranquilamente sobre vidas que desconhecemos mas onde estamos doidos por meter o bedelho, que é a única coisa que estamos sempre prontos a meter em todo o lado? ("Bedelho: s.m:tranqueta ou ferrolho de porta que se levanta por meio da aldrava; rapazelho; criançola; fedelho;pequeno trunfo, no jogo de cartas; Fig:meter o -: intrometer-se sem ser chamado." in Dicionário Priberam)

Para deixarmos de fingir que somos os guardiões da pureza dos outros.

Eu sou pela liberdade de se dizer uma palavra feia quando alguém se mete na nossa vida. E de a dizer à frente de quem lá se meteu.
Detesto mesquinhice.

(Com um beijo à Mad que definiu o conceito)


http://unifr.ch/ddp1/derechopenal/legislacion/pt/CPPortugal.pdf

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