Thursday, November 1

Part I - Soirée


Um computador no colo. Uma porta aberta para uma infinidade de janelas manipuláveis. Flash. O som clicante de uma exploração abusiva. Uma tentativa de escrita. Bebedeiras psicológicas -Hoje não sei se estou cá, se estou lá- Sentimentos partilhados numa comunhão de dores corporais. Insultos. Apenas formas de usar as palavras como se usa o olhar para falar coisas que não se dizem. Estados de nebulosidade, de sombra. Leves ronronares, pesados risos. Papéis de chocolate deixados no sofá, nos bolsos do casaco. Velocidade, objectiva, focagem. Pedaços soltos de pedras e prisão de ventre. Hoje não é definitivamente dia para absolutismos, sejamos vagos e poéticos como Caeiro, pensar é não compreender, Tenho demasiado sono Faz frio Não confio em ti Dá-me o que de meu a mim pertence Ai que és sempre a mesma coisa Dá-me Agora fizeste-me lembrar alguém. Baladas sob o sol, sumo vermelho debaixo dos pés que o pisam porque a gente não passa do chão e ainda não aprendeu a voar como os pássaros. Vícios particulares, compreensões inexplicadas por sorrisos oblíquos. Os piratas também têm cemitério, deixa-me respirar do vale para a montanha esta liberdade campestre, água fria uma vela e um pedaço de bôla.

Escreve um livro.


Fontelo, 5 de Outubro de 2007
(Foto tirada a 6/10/07)

3 comments:

gio said...

Bem que bangunçada!É o que dá porem um portátil á frente de uma rapariga desarrumada,cheia de sono e com fome.
Adorei,magnifique,trés artistique XD
Agora a sério,gostei imenso da reflexão/introspecção sob a forma escrita.

Anonymous said...

Escrevo teu se me pedires. :D Pq o meu dava um planfeto que se distribui no metro. curto. e muito gráfico.

Unknown said...

Sim senhora! Que este post upa upa com ele! Se o facto de teres um portátil ajuda força! Que eu adorei ler este texto! Muito bem desenhado. Parabéns!
BJS*