"Um dos poemas de Walt Whitman que gostaria de ter escrito diz assim:
«Creio que uma folha de erva não vale menos do que a jornada das estrelas,/ E que a formiga não é menos perfeita, nem um grão de areia, nem um ovo de carriça,/ E que o sapo é uma obra prima para o mais exigente,/[…]E que a vaca ruminando com a cabeça baixa supera qualquer estátua,/E que um rato é milagre suficiente para fazer vacilar milhões de infiéis.»"
José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)
25.09.11
Wednesday, September 27
Wednesday, September 13
Tuesday, September 12
Tuesday, September 5
"Pensar não é ver tudo claríssimo, mas sim começar a não ver nada claro o que antes considerávamos evidente. O cepticismo acompanha sempre a filosofia, flexibiliza-a, dá-lhe sensatez: só os tontos nunca duvidam do que ouvem e só os néscios nunca duvidam daquilo em que acreditam."
Fernando Savater, Livre mente
Fernando Savater, Livre mente
Thursday, August 31
Sunday, August 27
Saturday, August 26
Tuesday, August 22
Saturday, August 12
Sunday, August 6
Thursday, July 13
Monday, June 26
Tolerância e democracia
"A tolerância nasceu, pois, como um valor do laicismo: foi um preservativo contra o zelo apostólico. Conserva este sentido clássico nos países teocráticos, como o são alguns de cunho islâmico. É uma demonstração patética de indigência intelectual entreter-se a discutir o se o "verdadeiro" Islão manda ou não cometer as atrocidades inquisitoriais que se levam a cabo em seu nome. Como o cristianimos ou o judaísmo, como as restantes religiões, o Islão mistura barbaridades crúeis, superstições absurdas e uma comovedora piedade humana, a partir de confusos e arcaicos textos e da voz sobreposta de mil clérigos: o intolerante não é o Islão, mas sim o seu poder político, o facto lamentável de continuar a ser a única ou principal fonte de legalidade em comunidades cujo pluralismo asfixia. Mas é claro que o nosso século também conheceu exemplos desta pretensão eclesiástica de se converter no referente unânime de sentido da vida social dentro de movimentos políticos não religiosos: os totalitarismos comunista e nazi, os nacionalismos ferozes, o racismo e a xenofobia, até o produtivismo à outrance e a santificação exclusiva do lucro econónimo (cuja contrapartida não é o desinteresse franciscano, mas sim interesses igualmente materiais e racionais, embora de ordem diferente).
Nos países democráticos e nos que desejam vir a sê-lo, a tolerância já não é só uma reivindicação feita por indivíduos e grupos aos poderes políticos, mas uma exigência da comunidade a cada um dos seus membros, para que suportem pacificamente aquilo que desaprovam nos seus concidadãos. Deve ficar claro que viver numa democracia actual (e ainda mais na futura) equivale a coexistir com aquilo de que não gostamos, com o que consideramos errado ou mesquinho, com o que nos repugna ou não conseguimos entender. Democracia é um concerto discordante, uma harmonia cacofónica, pelo que exige mais lassitude no aspecto colectivo e mais maturidade responsável no campo pessoal do que outro sistema político. O que caracteriza o viver em democracia é sentir impaciência e desassosego; encontrar no comum um amparo genérico, mas pouco consolo gregário para as inquietações privadas. De modo que a tentação de se identificar com algo simples e vigoroso, que expulse incertezas e dissidências, é constante, sobretudo quando a educação não anda muito bem e a economia tão-pouco."
Fernando Savater, Livre-mente
Thursday, June 15
Sunday, June 11
A verdadeira cultura
"A cultura é a capacidade de ir contra a corrente e seguir a estética da inteligência."
Enrique Rojas, in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-03-11-O-grande-erro-do-seculo-XX-foi-acharmos-que-o-amor-era-so-um-sentimento-que-vai-e-vem.-Na-realidade-e-um-ato-de-vontade-e-inteligencia
Enrique Rojas, in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-03-11-O-grande-erro-do-seculo-XX-foi-acharmos-que-o-amor-era-so-um-sentimento-que-vai-e-vem.-Na-realidade-e-um-ato-de-vontade-e-inteligencia
Tuesday, June 6
Sunday, May 28
Saturday, May 27
The shepard in love
I don't regret what I was before.
For I am still what I was.
I only regret not having loved you before.
Fernando Pessoa by the amazing hand of Richard Zenith
For I am still what I was.
I only regret not having loved you before.
Fernando Pessoa by the amazing hand of Richard Zenith
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