Tuesday, May 2

Estranhezas

Ontem vi um vermelhinho, ao pé de Santa Apolónia. Parei a olhar as curvas mecânicas, surpreendida por ainda existir o modelo, por eu me lembrar de como carinhosamente o chamava. Procurei semelhanças com as memórias que tinha dele e contudo... Só me encontrei a mim: como fui, como amei, como sou ainda. Lembrei-me de como descobri porque dizem que o amor vive no coração - porque é no peito que late a dor do coração partido-metáfora, de como essa dor persiste para lá do amor. 
Contei-lhe sobre isto mais tarde, estranhezas da vida que encontramos na rua às vezes. Explicações macabras e hesitantes a quem foi devolvido conforto (e até promessas daquilo que é impossível prometer). A ti, não te disse nada.

Não irias entender.

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