Monday, June 6

You don't know what love is


Custa sempre ter de dizer isto a alguém de que se gosta, cuja felicidade procuramos. Eppur si muove, quanto casos de relações que começaram com o pé esquerdo vi florescem em algo belo? Já pensei nesta questão várias vezes, e a resposta é nenhuma. A não ser que consideremos sucesso algo como o J. e a M., mas eu prefiro chamar-lhe comodismo cobarde (de outra geração? Mas se eu ainda o vejo na nossa...). Se é triste, doloroso? É. E traz uma sensação de inevitabilidade estranha, de ter de ser perfeito, desde sempre, para dar certo - e não é isso, só é preciso que não seja
muito errado, desde o princípio. 

Durante muito tempo questionei-me o que é que isto significava, dar muito errado, como é que sabemos se o errado que sentimos é muito, pouco, suficiente. Sinto que estou hoje mais perto do que alguma vez estive da resposta, e contudo ainda - desconfio - estou tão longe. E a minha resposta está, isso com certeza, a anos luz da resposta de qualquer outra pessoa. Mas o problema mantém-se o mesmo: o que dizer àquele amigo com os blues no olhar, o dilema entre despedaçar mais um bocadinho de esperança ou manter a ilusão de que tudo pode, ainda, vir a dar certo.

PS: Kudos para quem me enviou esta imagem, que consegue juntar de uma forma irresistível o horror do escatológico com o terror do coração partido. E eu sei, sem sombra de dúvida, que essa dor é a pior que existe.

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