Saturday, November 2

Eventualmente vais ter de te calar


Surpreende-me sempre a forma como as substâncias exteriores podem afectar-nos. Seria de esperar que tivéssemos o domínio dos nossos corpos e emoções, mesmo influenciados, por sabermos de antemão que teremos de contar com algo mais, como subir no mesmo poste mas com os pesos da força e disciplina ("Farei de ti um terror/nu e cru"). Só teríamos de contar com esse peso extra, essa tendência extra num sentido ou noutro, e poderíamos encontrar o equilíbrio. Mas não resulta. Inesperadamente, porque é inesperado (convencemo-nos de que, se estivéssemos sobre o domínio de algo, o saberíamos controlar e não o contrário) it hits us. Não há avisos que ajudem, nem ideias disparatadas sobre o que achamos e o que conseguimos. Não somos nós. As circunstâncias, as circunstâncias tão fortes, e conquistá-las tão difícil. Menos difícil quando se trata de café duplo, mais quando é o inexplicável de se gostar tanto de um perfume ou de uma música que lembram o nosso melhor sorriso.

Ou a maneira como gostamos mais de pessoas ácidas. Ou de viver bizarramente.

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