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Não precisamos de muita coisa,
um pouco de sol e as Berlengas no horizonte,
a tarde escorrendo na cafetaria,
os nossos olhos lentos e as vidraças
subitamente acesas no esplendor das bátegas.
Patos selvagens erguendo-se da lagoa
quando sairmos e ao vento frio oferecermos
a transparência dos lábios cercados
pela melancolia da tarde que se nos finda .
E à noite talvez as mãos
ardidas de saudade e em surdina
uma canção de Ella e Louis Armstrong.
p. 27, Sob os teus pés a terra, Soledade Santos
Outro poema: lido pela Artefacto
1 comment:
Uma poesia lindíssima da Soledade.
Mais uma desta extraorninária poeta.
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