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"Abre todas as portas e que o vento varra a ideia/Que temos de que um fumo perfuma de ócio os salões..."
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3 comments:
Este senhor é um caso sério: um grande comunicador, e autor de uma poesia que procura, tal como o próprio diz nesta entrevista, a verdade. De uma poesia nada fácil. Embora fácil de prender o leitor, que Joan Margarit equipara ao autor do poema, porque ambos estão à procura.
Não concordei com muita coisa do que disse: a sua forma de encarar a poesia sempre me inquietou quando a encontrei expressa noutros moldes por outras pessoas, por ser demasiado definitiva/absoluta. Mas aqui tratava-se de um verdadeiro poeta a dizê-lo, um poeta realista (sem metáfora?...), e que soube temperar as suas afirmações com algumas contradições (muito bem desembaraçadas, quando tal lhe era pedido).
Quando falou da consciência da maturidade num poeta, eu pensei no quanto concordava com ele - não já por deitar fora um verso belo para salvar um poema, mas antes por conseguir achar tão bela e completa uma entrevista de 45 minutos e as ideias de um poeta "nada fácil mas fácil", mesmo sem com elas concordar completamente.
(Para não empobrecer a minha argumentação: não concordo, por exemplo, que um poema belo seja necessariamente um poema com bom senso - a não ser que o "La terre est bleue comme une orange" de Éluard seja considerado bom senso, para este efeito...)
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