Tuesday, May 26

Hoje ouvi a conversa de duas senhoras no balneário do ginásio. Não costumo prestar atenção, não o fiz intencionalmente, mas valeu a pena ouvir, pensei no final. Contava a mais velha o acidente que o marido tinha tido na Praça de Espanha, "uma coisa horrível", atravessado na faixa oposta por culpa de outro veículo, que fugiu e nunca foi identificado. O carro ficou desfeito, e desde então o marido tem receio de conduzir. "Tenho uma amiga que nunca mais foi capaz de conduzir depois de se ter despistado sozinha", disse a senhora mais nova. E mais velha retorquiu: "E sabe o que é mais engraçado? O lugar ao lado do condutor ficou completamente destruído. Um polícia disse-me depois no hospital que se eu lá tivesse estado teria morrido de certeza." A senhora mais nova ficou brevemente silenciosa. Eu já não conseguia deixar de ouvir, queria intervir, dar a minha opinião, e não sabia como. "-Curiosamente nesse dia eu não tinha querido ir porque me sentia cansada."
"-Há coisas..."
"-Pois há. Ainda dizem que não há Deus.
Há Deus, há."

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