Thursday, December 11

"Dizendo-o por palavras mais próximas de uma imagem muito utilizada por Levinas - o Outro está aí, sempre, como um parceiro de diálogo, ou mesmo apenas uma esperança (um temor) de diálogo, como alguém que tem coisas que nos podem ser ditas e que, se o forem, modificam a nossa compreensão, de nós mesmos, provavelmente mais do que a nossa compreensão do Outro, a qual permanecerá sempre aberta e inacabada.
A tragédia está em que, (...) a compreensão há-de ser sempre incompleta, dela resultando sempre um resíduo irredutível. Ou seja, o Outro permanece como uma totalidade ou infinito, inapropriável pelo nosso pensamento, mas despertando sempre uma vertigem de conhecer mais (para nós mesmos no conhecermos mais)."

P.402/403 de O Caleidoscópio do Direito, António M. Hespanha

1 comment:

neverland said...

O outro, sim. E nós mesmos, tantos outros também?