Thursday, January 10

Pontos de coincidência

Subvertes Caeiro como quem,
tratando por tu os poetas clássicos
numa intimidade de revelação antiga,
quisesse encerrar o mundo num verso
dos teus lábios. Poesia minha.

Encontras os recantos sombrios d'alma
que me esvaziam, e fazes voltar as marés
para que seja completa de novo.
És comigo o que não sei sempre ser
na segurança de gestos quotidianamente
novos e coincidentes de alma.

Filtro raios de sol e luar
Para encaixar a poesia tua.

1 comment:

Anonymous said...

A primeira estrofe deste poema é, a meu ver, inefável, uma verdadeira delícia. Não julgues que o resto não merece um aplauso estrondoso, só que, sinceramente, a primeira estrofe encaixa perfeitamente em todos os sentidos, pelo menos nos que penso que se querem literários ou melhor, artísticos.
Depois de ler frases geniais que nos enchem a alma, podemos ter duas posturas: ou ficamos completamente extasiados, conformados com a nossa incapacidade face à do autor; ou (melhor), também ficamos extasiados, colamo-las no placard mental e construímos com base nessa herança.
É o que tu fazes (e bem). Continua.

A chata do Francês (tu sabes)