Tuesday, August 27
Thursday, August 15
Não me peçam razões
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos...
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
In "Os Poemas Possíveis"
Editorial Caminho
José Saramago
(1922-2010)
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos...
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
In "Os Poemas Possíveis"
Editorial Caminho
José Saramago
(1922-2010)
Saturday, August 10
Wednesday, August 7
Thursday, July 11
Tuesday, May 28
Sunday, May 26
Thursday, May 9
Tuesday, April 30
Com as mãos (25 de abril todos os dias)
Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O canto e as armas
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O canto e as armas
Wednesday, April 24
Sunday, April 21
Façamos um soneto
Façamos um soneto, tu e eu.
Será a tua parte nele escassa.
Já que partiste, és parte do que passa,
De tudo o que foi já e se perdeu.
Façamos dessa fuga a sua arte,
Em busto, um monumento ao momento,
Qualquer coisa de gesso, de cimento,
Porque não de amarante, que não parte?
Sejamos criativos, ó nictémera;
Afinal, nada tenho contra ti.
(...)
Daniel Jonas, Oblívio
Será a tua parte nele escassa.
Já que partiste, és parte do que passa,
De tudo o que foi já e se perdeu.
Façamos dessa fuga a sua arte,
Em busto, um monumento ao momento,
Qualquer coisa de gesso, de cimento,
Porque não de amarante, que não parte?
Sejamos criativos, ó nictémera;
Afinal, nada tenho contra ti.
(...)
Daniel Jonas, Oblívio
Saturday, March 23
Friday, March 15
On resentment
"The man who lies to himself and listens to his own lie comes to such a pass that he cannot distinguish the truth within him, or around him, and so loses all respect for himself and for others. And having no respect he ceases to love (...) The man who lies to himself can be more easily offended than anyone. You know it is sometimes very pleasant to take offense, isn't it? A man may know that nobody has insulted him, but that he has invented the insult for himself, has lied and exaggerated to make it picturesque, has caught at a word and made a mountain out of a molehill - he knows that himself, yet he will be the first to take offense, and will revel in his resentment till he feels great pleasure in it, and so pass to genuine vindictiveness."
The Brothers Karamazov, Fyodor Dostoyevsky
Saturday, March 2
Sunday, February 17
Thursday, February 14
Me cago en el amor
Porque voy a creer yo en el amor
si non me entiende, no me comprende tal como soy yo
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