Iremos juntos separados,
as palavras mordidas uma a uma,
taciturnas, cintilantes
– ó meu amor, constelação de bruma,
ombro nos meus braços hesitantes.
Esquecidos, lembrados, repetidos
na boca dos amantes que se beijam
no alto dos navios;
desfeitos ambos, ambos inteiros,
no rasto dos peixes luminosos,
afogados na voz dos marinheiros.
Eugénio de Andrade
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Havia
uma palavra
no escuro.
Minúscula. Ignorada.
Martelava no escuro
Martelava
no chão da água.
Do fundo do tempo,
martelava.
Contra o muro.
Uma palavra.
No escuro.
Que me chamava.
Eugénio de Andrade, matéria solars
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