Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser a pele da minha pele?
Cintilação de luas
assim que te desnudas
às escuras
Diante do teu ventre
como não dizer “sempre”
novamente.
Ó lâmina e bainha
de outra espada ainda
Tua língua
Ruge. Reprende. Arrasa
Desde que sempre o faças
com as asas
Vem dos arcanos de outro tempo
ou dos anéis de outra galáxia
esta espessura transparente
que só na cama as almas ganham
David Mourão-Ferreira
Lido: http://www.estudioraposa.com/index.php/14/02/2012/david-mourao-ferreira-pequenos-poemas/
Friday, December 27
ca·bal
adjectivo de dois géneros
1. A que não falta nada.
2. Que é ou está como deve ser.
"cabal", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/cabal [consultado em 27-12-2013].
1. A que não falta nada.
2. Que é ou está como deve ser.
"cabal", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/cabal [consultado em 27-12-2013].
Monday, December 23
6-6
Não é preciso muito para se ser feliz.
Mas as voltas que o mundo dá continuam a surpreender-me, pior que as aquabolas. Querer tanto viver ali, nunca pensei. Contigo, já é mais natural.
Sunday, December 22
Seios
Sei os teus seios.
Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Por que não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p´la manhã?
Quantas vezes
Interrogaste, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios! Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em desesperadas, quarentonas lágrimas...
Seios fortes como os da Liberdade
- Delacroix - guiando o povo.
Seios que vão à escola p´ra de lá saírem
Direitinhos p´ra casa...
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes folhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer...
O amor excessivo dum poeta:
«E hei-de mandar fazer um almanaque
Na pele encadernado do teu seio!» (Gomes Leal)
Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
Botas, botifarras
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!
«Oculta, pois, oculta esses objectos,
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos» (Abade de Jazente)
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...
Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá...
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou...
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser.
Alexandre O'Neill
Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Por que não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p´la manhã?
Quantas vezes
Interrogaste, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios! Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em desesperadas, quarentonas lágrimas...
Seios fortes como os da Liberdade
- Delacroix - guiando o povo.
Seios que vão à escola p´ra de lá saírem
Direitinhos p´ra casa...
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes folhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer...
O amor excessivo dum poeta:
«E hei-de mandar fazer um almanaque
Na pele encadernado do teu seio!» (Gomes Leal)
Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
Botas, botifarras
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!
«Oculta, pois, oculta esses objectos,
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos» (Abade de Jazente)
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...
Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá...
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou...
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser.
Alexandre O'Neill
Saturday, December 21
tudo começou com o amor
Ontem no metro escrevi uma mensagem que não cheguei a enviar. Havia duas razões: a primeira, porque me parecia ingénuo partilhar tão depressa uma ideia forte, mas banal. A segunda, porque é preciso que uma pessoa aprenda a fazer uso dos seus pensamentos, sem precisar do outro para lhes garantir a carne. Às vezes uma pessoa tem medo de perder o que pensa, e por isso fala. Acontece que eu escrevo muitas mensagens pensando numa pessoa e depois decido enviar para outra ou não envio para nenhuma.
Tudo começou com o amor mas quando dei por mim já era a vida toda. Pensava no que pode significar um homem numa jangada - um homem que não sabe nadar. Da terra, o mar está sempre flat. Não há globo em quarto de criança onde as ondas se levantem, não caem tempestades nos mapas. Então: um homem atira-se ao mar e sente tudo, cada onda, cada brisa, cada pingo de sal, cada mudança ligeira. Não há nada no mar que não seja provisório. Lá, a vista é sempre curta. Por detrás do horizonte há um novo horizonte, ao qual se segue ainda o horizonte. O sol, no Oriente, nasce a Oriente do Oriente?
Ninguém que morrer nas águas chocas dos fiordes, ou ser sereia em terra, ou marinheiro em Londres. Queremos todos chegar a Banguecoque. É aquela história do navegar é preciso, estás a ver? E, na verdade, ninguém sabe nadar. Era isso que explicávamos ao J. quando ele nos pedia para o ensinarmos a andar de skate: estás a ver esse dedo arranhado? Tens que ter isso muitas vezes para aprender, não há outra forma. E como é que gente tão sábia quanto nós ainda esperneia tanto quando pisa uma agulha, esfola o orgulho ou morde a língua no verbo errado? Dei então por mim a elaborar uma teoria.
Publicada por Catarina
Wednesday, December 18
Não vale nada mas
E afinal na tal balança tão confusa ela "até podia ser antes um canário", porque o que interessava, o que interessa, não era ela, nem ele, não é ninguém em especial, é esta vontade visceral de algo mais que nos impele.
Somamos isto ao facto de, para magoar, ter de haver alguma semelhança entre a faca e a vítima (o que só se consegue com alguém x% parecido, mas isso resulta nos defeitos amados a surgir em catadupa hiperbólica).
E está tudo explicado.
http://www.youtube.com/watch?v=GaQ0fNcXrPk
"Porque eu estou com ela
Sou dela, sem ela
Não sou!
Porque eu preciso dela
Só dela, com ela
Eu vou!"
PS: Cê é tão foda, Nandinho.
Tuesday, December 17
Sunday, December 15
Oh fiera independiente
de la casa, arrogante
vestigio de la noche,
perezoso, gimnástico
y ajeno,
profundísimo gato,
policía secreta
de las habitaciones,
insignia
de un
desaparecido terciopelo,
seguramente no hay
enigma
en tu manera,
tal vez no eres misterio,
todo el mundo te sabe y perteneces
al habitante menos misterioso,
tal vez todos lo creen,
todos se creen dueños,
propietarios, tíos
de gatos, compañeros,
colegas,
discípulos o amigos
de su gato.
Pablo Neruda
Saturday, December 14
Tuesday, December 10
Monday, December 9
"Realpolitik (from German: real "realistic", "practical", or "actual"; and politik "politics"(...) refers to politics or diplomacy based primarily on power and on practical and material factors and considerations, rather than explicit ideological notions or moral or ethical premises."
http://en.wikipedia.org/wiki/Realpolitik
Saturday, December 7
Friday, December 6
Até já, Madiba.
INVICTUS
Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
William Hernest Henley (1849-1903)
Advogado, lutador, político, foste homem e erraste. Admiro-te muito por nunca teres deixado de tentar ser melhor.
Thursday, December 5
Saturday, November 30
Friday, November 29
Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
É engraçado, só agora me aperceber disto, tão meu é o hábito de demasiado teorizar as coisas: depois de nos termos conhecido acho que ficámos marcados pela maneira de ser de um e outro, pelos gostos que afinal partilhamos com alguém que, para lá de todas as expectativas, existe.
E por causa disso — talvez para sempre? — só nos apaixonamos por aquelas pessoas que, além de nós, se parecem a um e a outro, doppelgängers do avesso lógico.
Procuramo-nos mesmo um ao outro em outros corpos, outros lábios. Que avesso lógico inesperadamente surpreendente, e tão aconchegante.
Mas depois há aquilo "que eu só vejo em você".
PS: É tão bom sair do trabalho a horas quase normais!
Verdades demasiado quotidianas
"Pourtant, aucune de ses certitudes ne valait un cheveu de femme."
Albert Camus, L'Étranger
Um dos meus maior segredos é não ser daquele mundo, sentir-me tanto mais viva quanto mais me afasto.
Thursday, November 21
Das duas uma
Podemos optar olhar para a vida de dois modos diametralmente opostos, concluo eu: ou como uma constante coincidência irónica, a mais das vezes maliciosa ("and isn't it ironic, don't you think?"), ou como o simples caos da não-significação, da naturalidade com que as coisas e as pessoas se sucedem no espaço-tempo.
Ou então o mundo é uma gigantesca casa-de-banho pública, onde tudo e todos se cruzam, mais tarde ou mais cedo.
Wednesday, November 20
X
Necesito el silencio igual que los secretos.
A veces, como ellos, necesito la luz,
mientras todas las calles
deciden fondear en las piscinas
y el cielo
de los supermercados solitarios
se parece a tus ojos demasiado.
Pero la noche baja
a sentarse en las plazas por la noche.
Son
las cotizadas sillas del crepúsculo,
según me dijo alguien que buscaba
tener conversación.
Y hablé de ti, hablé de las semanas,
del interés que muestran por no pasar los días.
Luis García Montero, Diario cómplice, Hiperión, p. 75
Tuesday, November 19
Qual é a pior coisa que pode acontecer?
Gosto desta forma de pensar. Por causa da forma simples como nos conduz àquilo que é mais importante.
Porque a pior coisa que pode acontecer, se pedirmos a uma miúda para ir beber café connosco, não é que ela recuse ou que nos julgue, é que isso nos custe a relação mais íntima, mais significativa.
Porque a pior coisa que pode acontecer, se pedirmos a uma miúda para ir beber café connosco, não é que ela recuse ou que nos julgue, é que isso nos custe a relação mais íntima, mais significativa.
Porque é que eu gosto do David Fonseca? Entre outras coisas, porque no meio de quinhentos posts sobre uma das coisas mais estúpidas do mundo, ele posta poesia.
"I thought of you and how you love this beauty,
And walking up the long beach all alone
I heard the waves breaking in measured thunder
As you and I once heard their monotone.
Around me were the echoing dunes, beyond me
The cold and sparkling silver of the sea --
We two will pass through death and ages lengthen
Before you hear that sound again with me."
"I Thought of You", Sara Teasdale
Como se estivesse negra por dentro, fuligenta, a precisar da frescura do que é ser, somente, para me limpar.
E sentir essa renovação, era do aquário, contigo.
http://www.valedalama.net
IV
Si yo te comentase que la vida es mentira,
háblame del amor o de tu cuerpo,
de la noche contigo.
Y recuérdame luego
los días que son días porque alguien me ama
o acaso
porque tú me prefieres.
Luis García Montero, Diario cómplice, Hipérion, p. 25
háblame del amor o de tu cuerpo,
de la noche contigo.
Y recuérdame luego
los días que son días porque alguien me ama
o acaso
porque tú me prefieres.
Luis García Montero, Diario cómplice, Hipérion, p. 25
Friday, November 15
Hoje é dia de retiro, e de começo das "férias". Faz sentido celebrar com uma música-surpresa, daquelas mesmo giras que nunca esperámos encontrar cantadas por uma menina mimada debaixo da spot-light. Mas ela aqui está, e tem o tom perfeito para esta Sexta, por isso vamos ouvi-la no repeat.
Nothing scares me anymore
Tuesday, November 12
Sunday, November 10
Saturday, November 9
Tentei deixar-te
"Tentei deixar-te. O Cohen tem uma canção chamada «I Tried to Leave You». É sobre uma «vida de casal», ou seja, não é sobre a nossa vida; mas não faz diferença. Eu tentei deixar-te, várias vezes, em pouco tempo. Não deixar-te a ti, talvez deixar uma ideia de ti. Mas como é que eu podia deixar «uma ideia de ti» se, justamente, tu não vives de acordo com «uma ideia de ti», se não mentes, não representas, não te conformas, se vives sempre em ti, e não segundo «uma ideia»? Poderia talvez deixar-te, ou tu a mim, se as coisas acontecessem de outra maneira, mas seríamos sempre eu e tu, não uma «ideia de ti» ou uma tua ideia de mim. Porque tu, com uma espantosa inocência inamovível, preferes o «ridículo» (que, acredita, não mata) ao que os outros pensam (dizias-me: «mas o que é que nos interessa 'toda a gente'?», e eu não ouvia esta frase há tantos anos e comovi-me, às escondidas).
PEDRO MEXIA AT 00:33 - http://omalparado.blogspot.pt
http://www.youtube.com/watch?v=J14XykL0LWs
O Cohen canta «I Tried to Leave You» muitas vezes nos encores, quando regressa ao palco depois da «última canção». Volta apesar de «ter tentado» (teatralmente) «deixar» o público. Mas isto não é um jogo, é uma canção de amor, de dificuldade na fidelidade, de fidelidade na dificuldade. Por isso, os sorrisos esvaem-se e a canção continua, mortalmente séria, até acabar com um convite ou uma despedida: «Goodnight, my darling, I hope you're satisfied, / the bed is kind of narrow, but my arms are open wide», verso seguido da puta da rima mais bonita de sempre: «And here's a man still working for your smile»."
http://www.youtube.com/watch?v=J14XykL0LWs
Thursday, November 7
Wednesday, November 6
«L’intelligenza non avrà mai peso, mai
nel giudizio di questa pubblica opinione.
Neppure sul sangue dei lager, tu otterrai
da uno dei milioni d’anime della nostra nazione,
un giudizio netto, interamente indignato:
irreale è ogni idea, irreale ogni passione,
di questo popolo ormai dissociato
da secoli, la cui soave saggezza
gli serve a vivere, non l’ha mai liberato.
Mostrare la mia faccia, la mia magrezza -
alzare la mia sola puerile voce -
non ha più senso: la viltà avvezza
a vedere morire nel modo più atroce
gli altri, nella più strana indifferenza.
Io muoio, ed anche questo mi nuoce»
Pier Paolo Pasolini
nel giudizio di questa pubblica opinione.
Neppure sul sangue dei lager, tu otterrai
da uno dei milioni d’anime della nostra nazione,
un giudizio netto, interamente indignato:
irreale è ogni idea, irreale ogni passione,
di questo popolo ormai dissociato
da secoli, la cui soave saggezza
gli serve a vivere, non l’ha mai liberato.
Mostrare la mia faccia, la mia magrezza -
alzare la mia sola puerile voce -
non ha più senso: la viltà avvezza
a vedere morire nel modo più atroce
gli altri, nella più strana indifferenza.
Io muoio, ed anche questo mi nuoce»
Pier Paolo Pasolini
Tuesday, November 5
Sunday, November 3
O prometido é devido
"Liesel was alarmed, to put it mildly. "What do you want to kiss me for? I'm filthy."
"So am I." Rudy clearly saw no reason why a bit of filth should get in the way of things. It had been a while between baths for both of them."
Markus Zusak, The book thief
I
Yo sé
que el tierno amor escoge sus ciudades
y cada pasión toma un domicilio,
un modo diferente de andar por los pasillos
o de apagar las luces.
Y sé
que hay un portal dormido en cada labio,
un ascensor sin números,
una escalera llena de pequeños paréntesis.
Sé que cada ilusión
tiene formas distintas
de inventar corazones o pronunciar los nombres
al coger el teléfono.
Sé que cada esperanza
busca siempre un camino
para tapar su sombra desnuda con las sábanas
cuando va a despertarse.
Y sé
que hay una fecha, un día, detrás de cada calle,
un rencor deseable,
un arrepentimiento, a medias, en el cuerpo.
Yo sé
que el amor tiene letras diferentes
para escribir: me voy, para decir:
regreso de improviso. Cada tiempo de dudas
necesita un paisaje.
Luis García Montero, Diario cómplice, Hiperión, p. 21
que el tierno amor escoge sus ciudades
y cada pasión toma un domicilio,
un modo diferente de andar por los pasillos
o de apagar las luces.
Y sé
que hay un portal dormido en cada labio,
un ascensor sin números,
una escalera llena de pequeños paréntesis.
Sé que cada ilusión
tiene formas distintas
de inventar corazones o pronunciar los nombres
al coger el teléfono.
Sé que cada esperanza
busca siempre un camino
para tapar su sombra desnuda con las sábanas
cuando va a despertarse.
Y sé
que hay una fecha, un día, detrás de cada calle,
un rencor deseable,
un arrepentimiento, a medias, en el cuerpo.
Yo sé
que el amor tiene letras diferentes
para escribir: me voy, para decir:
regreso de improviso. Cada tiempo de dudas
necesita un paisaje.
Luis García Montero, Diario cómplice, Hiperión, p. 21
Saturday, November 2
Eventualmente vais ter de te calar
Surpreende-me sempre a forma como as substâncias exteriores podem afectar-nos. Seria de esperar que tivéssemos o domínio dos nossos corpos e emoções, mesmo influenciados, por sabermos de antemão que teremos de contar com algo mais, como subir no mesmo poste mas com os pesos da força e disciplina ("Farei de ti um terror/nu e cru"). Só teríamos de contar com esse peso extra, essa tendência extra num sentido ou noutro, e poderíamos encontrar o equilíbrio. Mas não resulta. Inesperadamente, porque é inesperado (convencemo-nos de que, se estivéssemos sobre o domínio de algo, o saberíamos controlar e não o contrário) it hits us. Não há avisos que ajudem, nem ideias disparatadas sobre o que achamos e o que conseguimos. Não somos nós. As circunstâncias, as circunstâncias tão fortes, e conquistá-las tão difícil. Menos difícil quando se trata de café duplo, mais quando é o inexplicável de se gostar tanto de um perfume ou de uma música que lembram o nosso melhor sorriso.
Ou a maneira como gostamos mais de pessoas ácidas. Ou de viver bizarramente.
Saturday, October 26
INFJ
"Even though their presence can be described as very quiet, INFJ personalities usually have many strong opinions, especially when it comes to issues they consider really important in life. If an INFJ is fighting for something, this is because they believe in the idea itself, not because of some selfish reasons.
INFJ personalities are drawn towards helping those in need – they may rush to the place of a major disaster, participate in rescue efforts, do charity work etc. INFJs see this as their duty and their purpose in life – people with this personality type firmly believe that nothing else would help the world as much as getting rid of all the tyrants. Karma and similar concepts are very attractive to INFJs.
These tendencies are also strengthened by the fact that INFJ personalities have a unique combination of idealism and decisiveness – this means that their creativity and imagination can be directed towards a specific goal. Few other personality types have this trait and this is one of the most important reasons why many INFJs are able to eventually realize their dreams and make a lasting positive impact.
INFJs are masters of written communication, with a distinctively smooth and warm language. In addition, the sensitivity of INFJs allows them to connect to others quite easily. Their easy and pleasant communication can often mislead bystanders, who might think that the INFJ is actually an extrovert.
INFJs should be careful to avoid “overheating” as their zeal and determination can sometimes get out of hand. As introverts, INFJs need to have some “alone time” every once in a while or otherwise their internal energy reserves will get depleted really quickly. If this happens, the INFJ may surprise everybody around them by withdrawing from all their activities for a while – and since other people usually see INFJs as extroverts, this can leave them both surprised and concerned.
INFJs take great care of other people’s feelings and expect others to return the favor. Unsurprisingly, people with this personality type are very sensitive and vulnerable to conflicts – even the most rational INFJs may find it quite difficult to not take criticism personally. This is the INFJ’s Achilles’ heel – if someone with an INFJ personality cannot escape the conflict, they will do their best to deal with it head on, but this will result in a lot of stress and may also potentially lead to health problems or highly irrational behavior."
Some famous INFJs:
Former U.S. president Jimmy Carter
Goethe
Nathaniel Hawthorne
Mel Gibson
Mother Teresa
Martin Luther King
Nelson Mandela
Nicole Kidman
Foi o resto da vida inteira que me fez assim
"Se não fossem as minhas malas cheias de memórias
Ou aquela história que faz mais de um ano
Não fossem os danos
Não seria eu
Se não desse errado
Não seria eu"
Wednesday, October 23
Wednesday, October 16
Gosto muito das contradições que encontramos por
preconceito. A C. com a sua Brigitte, por exemplo (quem diria, um Yorkshire!). O
B. que fica tão bem de gravata mas adora kizomba e não perde uma oportunidade
de batucar. O quarto da L., tão pequenino e humilde, perdido numa casa enorme e
aristocrática. A S., que de tímida parece uma pessoa boazinha e afinal é tão
maliciosa.
E eu, que contradições me definem? Não sei,
gostava que alguém me dissesse, um dia.
"Encosta-te a mim,
Dá cabo dos teus desenganos
Não queiras ver quem eu não sou,
Deixa-me chegar.
(...)
Tudo o que eu vi,
Estou a partilhar contigo
O que não vivi, hei-de inventar contigo
Sei que não sei
Às vezes entender o teu olhar
Mas quero-te bem,
Encosta-te a mim.
Encosta-te a mim,
Desatinamos tantas vezes.
Vizinha de mim,
Deixa ser meu o teu quintal"
Tuesday, October 8
“[Eu] Admitia que nem todos nascem heróis e que um mundo em que todos fossem como ele, isto é, honestos e inermes, seria tolerável, mas esse é um mundo irreal. No mundo real, os armados existem, constroem Auschwitz, e os honestos e inermes preparam-lhes o caminho; por isso, por Auschwitz deve responder cada um dos alemães, aliás, cada homem, e depois de Auschwitz já não é lícito ser inerme”
Primo Levi
Saturday, October 5
Thursday, October 3
Monday, September 30
Friday, September 27
Monday, September 23
Friday, September 13
Monday, September 9
Sunday, September 8
"À medida que a tradição e os costumes se afundam à escala mundial, a própria base da nossa identidade — a consciência de quem somos — altera-se. Em situações mais tradicionais, a consciência de quem somos é em grande parte sustentada pela estabilidade do estatuto social que os indivíduos ocupam na comunidade. Onde a tradição falha, e onde prevalece a escolha dos hábitos de vida, a consciência individual não é isenta. A identidade própria tem de ser criada e recriada numa base mais viva do que antes. Isto explica a razão por que as terapias e as consultas de todos os géneros se tornaram tão populares nos países do Ocidente. Quando criou a psicanálise moderna, Freud pensou que tinha descoberto um tratamento científico para as neuroses. Na realidade, o que fez foi construir um método de renovação da própria identidade, nas primeiras fases de uma cultura entregue a um processo de negação das tradições."
Anthony Giddens, O mundo na era da globalização, Editorial Presença, tradução de Saul Barata, p. 53 e 54
Thursday, September 5
Infinite
boundless, unbounded, unlimited, limitless, without limit, without end, never-ending, interminable; measureless, immeasurable, fathomless, unfathomed, bottomless;
Saboreemos as palavras belas
Saboreemos as palavras belas
J's
Às vezes conhecemos pessoas que vão mudar as nossas vidas, e não há qualquer forma de sabê-lo nesse momento, nem de adivinhar as consequências daquele acto tão simples de ser apresentado ou de se apresentar a alguém. É tentador pensar que, se tivéssemos podido antever esse futuro, teríamos com certeza arranjado forma de o evitar. Talvez nem fosse preciso: saber seria suficiente para o caminho percorrido já não poder ser o mesmo, efeito oráculo do Matrix. Mas... E se a força desses acontecimentos for tão grande que eles tenham sempre lugar, inevitáveis porque mesmo o saber não os consegue evitar?
"Tem de acontecer, porque tem de ser
E o que tem de ser tem muita força
E sei que vai ser, porque tem de ser
Se é pra acontecer, pois que seja agora"
"Tem de acontecer, porque tem de ser
E o que tem de ser tem muita força
E sei que vai ser, porque tem de ser
Se é pra acontecer, pois que seja agora"
Monday, September 2
Aquário
Se o que se quer é a boa esposa
A aquariana pousa.
Se o que se quer é uma outra coisa
A aquariana ousa.
Se o que se quer é muito amor
A aquariana
É mulher macho sim senhor.
Porém não são possessivas
Nem procuram dominar
Ou são meigas e passivas
Ou botam para quebrar.
Um signo uma mulher, Vinicius de Moraes
Sunday, September 1
“...cuando alguien muere, pensamos que ya se ha hecho tarde para cualquier cosa, para todo —más aún para esperarlo—, y nos limitamos a darlo de baja. También a nuestros allegados, aunque nos cueste mucho más y los lloremos, y su imagen nos acompañe en la mente cuando caminamos por las calles y en casa, y creamos durante mucho tiempo que no vamos a acostumbrarnos. Pero desde el principio sabemos —desde que se nos mueren— que ya no debemos contar con ellos, ni siquiera para lo más nimio, para una llamada trivial o una pregunta tonta ('¿Me he dejado ahí las llaves del coche?', ¿A qué hora salían hoy los niños?'), para nada. Nada es nada. En realidad es incomprensible, porque supone tener certidumbres y eso está reñido con nuestra naturaleza: la de que alguien no va a venir más, ni a decir más, ni a dar un paso ya nunca —para acercarse ni para apartarse—, ni a mirarnos, ni a desviar la vista. No sé cómo lo resistimos, ni cómo nos recuperamos. No sé cómo nos olvidamos a ratos, cuando el tiempo ya ha pasado y nos ha alejado de ellos, que se quedaron quietos.”
Javier Marías, Los enamoramientos, Alfaguara, p. 11 e 12
Tenho saudades do meu avô.
Friday, August 30
Thursday, August 29
Aquilo que temos de mais importante são os nossos segredos. Não as histórias da nossa vida, mesmo as mais embaraçosas, mas aquelas coisas que gostaríamos que nunca ninguém usasse contra nós. E contudo damo-las de graça, à primeira pessoa mais ou menos próxima, mais ou menos íntima que se aproxime. Mesmo que mais tarde nos venhamos a arrepender, mesmo que então desejemos voltar atrás e conseguir calar o que soltámos, da próxima vez voltaremos a contá-lo, a contá-lo irreflectidamente, a um novo alguém de que também não podemos estar seguros.
Porque é que insistimos em fazê-lo? Não se trata de uma pergunta vã, do género "porque amamos outra e outra vez" ou "porque confiamos", isso sabemos porque é: porque não pode ser de outra maneira, se queremos ser felizes. Mas e os nossos segredos, o que é que têm que ver com isso? A situação parece-se mais à de quando gostamos de alguém daquela forma especial, e nos atrevemos, e damos aquele passo extra em frente ("Ei, se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você"), para logo a seguir termos oportunidade de nos arrepender, de desejar nunca ter tido essa coragem, porque o objecto dos nossos afectos aproveitou a posição de superioridade que esse tipo de conhecimento dá para nos rebaixar.
Acho que continuamos a contar porque é uma forma de reviver o que aconteceu, se foi bom; de maldizer tudo com ajuda extra, se foi mau. Porque recontar é uma forma de recomeçar, e podemos embelezar um bocadinho os factos, aquilo que parecia tão preto já se aproxima do cinzento, nós já não fomos tão cruéis como parecia à primeira vista, e temos oportunidade de nos ouvir sobre o que aconteceu e de aprender, porque percebemos melhor, porque nos conhecemos melhor. Também acho que contamos por amor, a maior parte das vezes; por despeito (queremos fazer o ouvinte sofrer, sentir ciúmes), pelo egoísmo de nos sentirmos aliviados e de novo a actuar dentro da legalidade, ou simplesmente por orgulho, para nos fazermos maiores ou porque se não contarmos a ninguém é como se não tivesse acontecido. E esquecemo-nos dos danos que podemos causar com o nosso conto, as amizades futuras que não vão sobreviver àquela revelação, os amores que nos vão deixar porque não aguentam ter de viver com toda essa informação obscura e visceral.
E tudo porque não fomos capazes de guardar aquele segredo sobre nós mesmos. Auto-cusculhas, somos os nossos piores inimigos.
Wednesday, August 28
Tuesday, August 27
Se muore lei
per me tutta questa messa in scena del mondo che gira, possono anche smontare, portare via, schiodare tutto, arrotolare tutto il cielo e caricarlo su un camion col rimorchio, possiamo spengere questa luce bellissima del sole che mi piace tanto... Ma tanto... Lo sai perché mi piace tanto? Perché mi piace lei illuminata dalla luce del sole, tanto... Portar via tutto, questo tappeto, queste colonne, questo palazzo... La sabbia, il vento, le rane, i cocomeri maturi, la grandine, le 7 del pomeriggio, maggio, giugno, luglio, il basilico, le api, il mare, le zucchine... Le zucchine...
("If she dies, they can close this whole show of a world... they can cart it off, unscrew the stars, roll up the sky and put it on a truck, they can turn off this sunlight I love so much. Do you know why I love it so much? Because I love her when the sun shines on her. They can take everything away, these carpets, columns, houses, sand, wind, frogs, ripe watermelons, hail, seven in the evening, May, June, July, basil, bees, the sea, courgettes...")
A fase que mais me intriga numa separação é aquela onde tudo parece uma espera. A incredulidade e raiva iniciais são fáceis de compreender, previsíveis até. Que tudo irá ficar eventualmente bem, outra vez, também. Mas e o tempo que os separa, que se escoa entre estes? Tentativas de fazer o tempo passar, com filmes, saídas, mas aquela sensação de que não estamos a caminhar para lado nenhum, porque ninguém nos espera, seja onde for.
Sunday, August 25
Origens
E alguns mitos desmitificados: não fomos "feitos para comer carne", só por um acidente estamos no topo da food chain, e ainda hoje não se sabe como chegámos tão longe com tantas desvantagens biológicas e o que aconteceu às espécies nossas irmãs.
http://www.amazon.de/kurze-Geschichte-Menschheit-Yuval-Harari/dp/342104595X/
Saturday, August 24
XII
Si para refrenar este deseo
loco, imposible, vano, temeroso,
y guarecer de mal tan peligroso,
que es darme a entender yo lo que no creo.
No me aprovecha verme cual me veo,
o muy aventurado o muy medroso,
en tanta confusión, que ya no oso
fiar el mal de mí que lo poseo,
¿qué me ha de aprovechar ver la pintura
de aquél que con las alas derretidas
cayendo fama y nombre al mar ha dado,
y la del que su fuego y su locura
llora entre aquellas plantas conocidas,
apenas en el agua resfriado?
Garcilaso de la Vega, Poesías completas, Coleccion Fontana, Edicomunicación, p. 27
Friday, August 23
Wednesday, August 7
Tuesday, August 6
Imagens que falam por si
Como eu gostava, secretamente, que ainda existisse mesmo, escondido no grand bleu...
Sunday, August 4
Saturday, August 3
Sehnsucht
"Ver e reconhecer uma mulher ou uma cidade como bela contém (também) já o desejo ou algo mais: a Sehnsucht (o império dos sentidos). Ligada a esta interpretação está um fenómeno tão frequente como inquietante: destruir o que se venera e gostar daquilo que se destrói. A história do vandalismo, que se confunde por vezes com a história da arte, talvez devesse ser compreendida em termos psicanalíticos."
Luís F. Colaço Antunes, Direito Urbanístico — Um outro problema: a planificação modesto-situacional, Almedina, p. 56.
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Ou como até trabalhar na tese durante as férias de verão pode continuar a procura do belo.
Friday, August 2
Pela desordem dos sentidos
Sou fã da desordem, como enrique vila-matas. Não necessariamente da desordem física, sino más bien da desordem mental, da liberdade absoluta. Não acredito que o emprego fixo, a respeitabilidade, o hábito nos façam mais felizes do que o inesperado, do que o desafiante. Ser livre para não tirar a melhor nota possível naquele exame, para entrar na mesma carruagem que aquele rapaz giro no metro e dar-lhe o meu número, para escolher as amizades que se deseja manter e devagar matar as outras — pior!, ser livre de preferir pouco dinheiro e mais tempo para o que verdadeiramente interessa, que são os gatos, ler nos transportes públicos, amar. Porque desse caos, sim, nasce o melhor de nós, escondido que costuma estar no meio dos papéis, ou espartilhado pela ideia da sociedade do que é ser normal. Abaixo a normalidade! Somos todos anormais, nem que seja só porque todos somos, fatalmente, diferentes. Por isso devíamos respeitar o caos, força criadora, matriz da vontade, pelo menos tão importante quanto o desejo pela paz e pelo habitual que nos acompanha.
Thursday, August 1
Cuéntamelo otra vez
Cuéntamelo otra vez, es tan hermoso
que no me canso nunca de escucharlo.
Repíteme otra vez que la pareja
del cuento fue feliz hasta la muerte,
que ella no le fue infiel, que a él ni siquiera
se le ocurrió engañarla. Y no te olvides
de que, a pesar del tiempo y los problemas,
se seguían besando cada noche.
Cuéntamelo mil vezes, por favor:
es la historia más bella que conozco.
Amalia Bautista, Tres deseos, Editorial Renacimiento, Sevilha 2006
Monday, July 29
Ou seja, não do género de apontamentos de História de Portugal. Desses não gosto, nadinha.
http://livreiranarquista.tumblr.com
Saturday, July 27
"(…) es difícil no seguir mostrándose un poco como se fue al principio con cada persona que conocemos: si uno fue caprichoso, deberá serlo indefinidamente de vez en cuando; su uno fue cruel, si fue frívolo, si fue enigmático, esquivo o débil o amado, ante cada uno tenemos nuestro repertorio, en el que se admiten variaciones pero no renuncias, si alguien rió una vez deberá reír siempre o será rechazado. (…) Y del mismo modo que si continúa el trato uno ve en el adulto el rostro del niño con quien se compartió pupitre superpuesto siempre, como si los posteriores cambios o la acentuación de unos rasgos fueran máscara y juego para disimular la esencia, así los logros o reveses de las edades del otro se aparecen como irreales o más bien ficticios, como proyectos o fantasías o figuraciones o miedos de los que la niñez está poblada, como si entre esos amigos cuanto acontece siguiera pareciendo y se siguiera viviendo como una espera"
Javier Marías, Cuando fui mortal, Alfaguara, p. 160
Friday, July 26
To fear love is to fear life, and those who fear life are already three parts dead.
"Uma vida não pode basear-se no medo, na proibição e na mútua interferência na liberdade alheia. Não há dúvida de que os ciúmes mútuos criam mais infelicidade no casal do que a confiança na verdadeira força de um afecto profundo e permanente."
Bertrand Russel, O casamento e a moral, 1929
Comunhão de cama, mesa e habitação
Eu quero ser sua canção,
Eu quero ser seu tom
(...)
O sabonete que te alisa
Embaixo do chuveiro,
A toalha que desliza
No seu corpo inteiro.
Eu quero ser seu travesseiro
E ter a noite inteira,
Pra te beijar durante
O tempo que você dormir.
Eu quero ser o sol que entra
No seu quarto adentro,
Te acordar devagarinho,
Te fazer sorrir.
(....)
Quero ser a coisa boa,
Liberada ou proibida,
Tudo em sua vida.
(...)
Você é o doce
Que eu mais gosto,
Meu café completo,
A bebida preferida,
O prato predileto.
Eu como e bebo do melhor
E não tenho hora certa:
De manhã, de tarde,
À noite, não faço dieta.
Esse amor que alimenta
Minha fantasia,
É meu sonho, minha festa,
É minha alegria.
A comida mais gostosa,
O perfume e a bebida,
Tudo em minha vida.
http://www.youtube.com/watch?v=Ae_4AUuMDTk
Eu quero ser seu tom
(...)
O sabonete que te alisa
Embaixo do chuveiro,
A toalha que desliza
No seu corpo inteiro.
Eu quero ser seu travesseiro
E ter a noite inteira,
Pra te beijar durante
O tempo que você dormir.
Eu quero ser o sol que entra
No seu quarto adentro,
Te acordar devagarinho,
Te fazer sorrir.
(....)
Quero ser a coisa boa,
Liberada ou proibida,
Tudo em sua vida.
(...)
Você é o doce
Que eu mais gosto,
Meu café completo,
A bebida preferida,
O prato predileto.
Eu como e bebo do melhor
E não tenho hora certa:
De manhã, de tarde,
À noite, não faço dieta.
Esse amor que alimenta
Minha fantasia,
É meu sonho, minha festa,
É minha alegria.
A comida mais gostosa,
O perfume e a bebida,
Tudo em minha vida.
http://www.youtube.com/watch?v=Ae_4AUuMDTk
Wednesday, July 24
Tuesday, July 23
Advertência tardia
Julho, esta luz de vento arrepiada
e o pardal de sempre na janela.
Um dia passa e outro dia e tudo
se conglomera - eu tinha-te dito:
o amor é um estado
de concentração diabólica.
Soledade Santos
Friday, July 19
Wednesday, July 17
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