Quem foi que à tua pele conferiu esse papel
de mais que tua pele ser a pele da minha pele?
Cintilação de luas
assim que te desnudas
às escuras
Diante do teu ventre
como não dizer “sempre”
novamente.
Ó lâmina e bainha
de outra espada ainda
Tua língua
Ruge. Reprende. Arrasa
Desde que sempre o faças
com as asas
Vem dos arcanos de outro tempo
ou dos anéis de outra galáxia
esta espessura transparente
que só na cama as almas ganham
David Mourão-Ferreira
Lido: http://www.estudioraposa.com/index.php/14/02/2012/david-mourao-ferreira-pequenos-poemas/
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