Aqui vai fica o meu poema preferido do poeta que viajou para lá.
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Ensaio geral para a eternidade
Não sou este aceno de luz
que às vezes reflecte no ar
um traço de música
não diz de mim
a voz com que dançamos
sem ensaios
em palcos de palavras
resquício de coisas
que se atraem e às vezes
colidem no início de um parágrafo
o que deixei para trás
o que poderei ter sido sem saber.
não interessa,
responderei sempre
que maio florir.
O verão chega e ilumina
a desarrumação dos sentidos
a noite vem e leva consigo
as incertezas.
fico então
sem tempo nem modo
até nova palavra
5 comments:
E não pensamos todos em tudo o que perdemos pelo caminho, e todos os atalhos que não tomámos? Não responderemos não...não o saberiamos fazer...o que poderia ter sido...não foi.
Percebeste o meu título da maneira precisamente oposta à que pensava quando publiquei este poema :)
O que perdemos é inverso do que ganhámos, os atalhos que tomámos abriram-nos novos caminhos que outro atalho tomado não abriria.
Por isso o requiem é um requiem pelo que de bom fizemos, e pela necessidade de avançarmos mesmo que não nos arrependamos de nada ou queiramos apagar o que foi.
Engraçada a poesia chérri...destes mal-entendidos que não alcanço nasce o meu horror à poesia...não sou matura o suficiente para a compreender...a ela e ao fado =)
Da maneira que falas da maturidade parece-me que estás mais a falar de velhice :P e que é algo inevitável e que não queres assim tanto ter.
Acho que podes ter razão, pode ser uma questão de maturidade, não sei. Mas nesse caso esta só te pode abrir cada vez mais para o mundo e não fechar-te, e deves procura-la tu mesma, porque ela é alcançável e constrói-se, não é algo de cuja ausência simplesmente nos possamos valer para não compreender.
E agora este comentário enorme parece escrito pelo Osho x) as minhas desculpas.
Mas todos vamos aprendendo, coisas como pôr um certinho no sítio certo e evoluir daí :)
Tens razão. Mas não podes pedir que de preto passe a branco, tenho que passar pelos cinzentos...
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