no que afastei de sobras, desperdícios, peles,
cordas, colas, pregos, pragas,
no dedo martelado
e sei agora
(ah, e quanto tempo passou
como a água da ponte
que vai a não sei onde!)
que o que de lado pus
era isso mesmo a ponte,
ponte para este concreto,
pobre mas definido,
sapato de quem o queira.
Pedro Tamen, in O Livro do Sapateiro, 2010
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