Meus versos lavro-os ao rubro
nesta página de terra
que abro em lábios. Descubro-
-lhe a voz que no fundo encerra
Os versos que faço sou-os
a relha rasga-me a vida
e amarra os sonhos de voos
que eu tinha à terra ferida
Poema que mais que escrevo
devo-te em vida. No húmus
a rego simples eu levo
os meus desvairados rumos
devo-te em vida. No húmus
a rego simples eu levo
os meus desvairados rumos
Mas mais que poema meu
(que eu nunca soube palavra)
isto que dispo sou eu
Poeta não escrevas lavra
Ruy Belo
(que eu nunca soube palavra)
isto que dispo sou eu
Poeta não escrevas lavra
Ruy Belo
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