Houve um tempo
em que a minha única companhia
era o silêncio do mato
crescendo
no lote vago.
Um tempo longo
onde as horas pareciam dias
e esses
anos.
Em que eu chegava à noite
e todas as coisas estavam
como eu as deixara
pela manhã.
Houve um tempo
excessivamente longo
em que eu confundia
isolamento com solidão amor
com perdão.
O tempo passou
e trouxe a novidade
de dormir e acordar
ao seu lado.
De chegar em casa
e encontrar as roupas dobradas
as plantas molhadas
e o aquário limpo.
Agora já não é possível
ver o peixe o lote aquelas fotos
e até a felicidade de Alice e Pedro
sem as cores do seu sorriso.
Adair Carvalhais Júnior, Desencontrados Ventos
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