Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O canto e as armas
Tuesday, April 30
Wednesday, April 24
Sunday, April 21
Façamos um soneto
Façamos um soneto, tu e eu.
Será a tua parte nele escassa.
Já que partiste, és parte do que passa,
De tudo o que foi já e se perdeu.
Façamos dessa fuga a sua arte,
Em busto, um monumento ao momento,
Qualquer coisa de gesso, de cimento,
Porque não de amarante, que não parte?
Sejamos criativos, ó nictémera;
Afinal, nada tenho contra ti.
(...)
Daniel Jonas, Oblívio
Será a tua parte nele escassa.
Já que partiste, és parte do que passa,
De tudo o que foi já e se perdeu.
Façamos dessa fuga a sua arte,
Em busto, um monumento ao momento,
Qualquer coisa de gesso, de cimento,
Porque não de amarante, que não parte?
Sejamos criativos, ó nictémera;
Afinal, nada tenho contra ti.
(...)
Daniel Jonas, Oblívio
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