"Hello from the outside
At least I can say that I've tried
To tell you I'm sorry
For breaking your heart
But it don't matter, it clearly
Doesn't tear you apart anymore"
Tuesday, December 26
Sunday, December 24
The Eleven Rules of the Earth
1. Do not give opinions or advice unless you are asked.
2. Do not tell your troubles to others unless you are sure they want to hear them.
3. When in another's lair, show them respect or else do not go there.
4. If a guest in your lair annoys you, treat them cruelly and without mercy.
5. Do not make sexual advances unless you are given the mating signal.
6. Do not take that which does not belong to you unless it is a burden to the other person and they cry out to be relieved.
7. Acknowledge the power of magic if you have employed it successfully to obtain your desires. If you deny the power of magic after having called upon it with success, you will lose all you have obtained.
8. Do not complain about anything to which you need not subject yourself.
9. Do not harm little children.
10. Do not kill non-human animals unless you are attacked or for your food.
11. When walking in open territory, bother no one. If someone bothers you, ask them to stop. If they do not stop, destroy them
Monday, December 18
Sunday, December 17
"Science fiction is the fiction of ideas. Ideas excite me, and as soon as I get excited, the adrenaline gets going and the next thing I know I’m borrowing energy from the ideas themselves. Science fiction is any idea that occurs in the head and doesn’t exist yet, but soon will, and will change everything for everybody, and nothing will ever be the same again. As soon as you have an idea that changes some small part of the world you are writing science fiction. It is always the art of the possible, never the impossible."
Ray Bradbury
https://theparisreview.org/interviews/6012/ray-bradbury-the-art-of-fiction-no-203-ray-bradbury
Soneto II
Amor, cuántos caminos hasta llegar a un beso,
qué soledad errante hasta tu compañía!
Siguen los trenes solos rodando con la lluvia.
En Taltal no amanece aún la primavera.
Pero tú y yo, amor mío, estamos juntos,
juntos desde la ropa a las raíces,
juntos de otoño, de agua, de caderas,
hasta ser sólo tú, sólo yo juntos.
Pensar que costó tantas piedras que lleva el río,
la desembocadura del agua de Boroa,
pensar que separados por trenes y naciones
tú y yo teníamos que simplemente amarnos,
con todos confundidos, con hombres y mujeres,
con la tierra que implanta y educa los claveles.
Pablo Neruda
qué soledad errante hasta tu compañía!
Siguen los trenes solos rodando con la lluvia.
En Taltal no amanece aún la primavera.
Pero tú y yo, amor mío, estamos juntos,
juntos desde la ropa a las raíces,
juntos de otoño, de agua, de caderas,
hasta ser sólo tú, sólo yo juntos.
Pensar que costó tantas piedras que lleva el río,
la desembocadura del agua de Boroa,
pensar que separados por trenes y naciones
tú y yo teníamos que simplemente amarnos,
con todos confundidos, con hombres y mujeres,
con la tierra que implanta y educa los claveles.
Pablo Neruda
Wednesday, November 29
My interpretation
"Does it really matter?
If half of what you said is true
And half of what I didn't do could be different
Would it make it better?
If we forget the things we know
Would we have somewhere to go?
The only way is down, I can see that now
'Cause I don't care if I ever talk to you again
This is not about emotion
I don't need a reason not to care what you say
Or what happened in the end
This is my interpretation
And it don't, don't make sense"
Mika
If half of what you said is true
And half of what I didn't do could be different
Would it make it better?
If we forget the things we know
Would we have somewhere to go?
The only way is down, I can see that now
'Cause I don't care if I ever talk to you again
This is not about emotion
I don't need a reason not to care what you say
Or what happened in the end
This is my interpretation
And it don't, don't make sense"
Mika
Monday, November 20
Thursday, November 9
Thursday, November 2
Saturday, October 14
Soneto prático
quando não há mais qualquer coisa após
o que vivemos juntos, a não ser
o fim, com a tragédia de sabê-lo
fim, e a certeza da dor, atroz,
quando você e eu formamos nós
e nossos nós não podem desatar-se,
antes que os nós acabem por cegar-se
e de berrar percamos nossa voz,
por mais que doa e que nos caia o céu
sobre os olhos abertos, e os meus
rasguem-se de dor e feito papel
chovam corpos picados sobre os seus,
por amor mesmo, e para ser fiel,
é preciso saber dizer adeus.
Gregório Duvivier
o que vivemos juntos, a não ser
o fim, com a tragédia de sabê-lo
fim, e a certeza da dor, atroz,
quando você e eu formamos nós
e nossos nós não podem desatar-se,
antes que os nós acabem por cegar-se
e de berrar percamos nossa voz,
por mais que doa e que nos caia o céu
sobre os olhos abertos, e os meus
rasguem-se de dor e feito papel
chovam corpos picados sobre os seus,
por amor mesmo, e para ser fiel,
é preciso saber dizer adeus.
Gregório Duvivier
Tuesday, October 10
Friday, October 6
Wednesday, September 27
"Um dos poemas de Walt Whitman que gostaria de ter escrito diz assim:
«Creio que uma folha de erva não vale menos do que a jornada das estrelas,/ E que a formiga não é menos perfeita, nem um grão de areia, nem um ovo de carriça,/ E que o sapo é uma obra prima para o mais exigente,/[…]E que a vaca ruminando com a cabeça baixa supera qualquer estátua,/E que um rato é milagre suficiente para fazer vacilar milhões de infiéis.»"
José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)
25.09.11
«Creio que uma folha de erva não vale menos do que a jornada das estrelas,/ E que a formiga não é menos perfeita, nem um grão de areia, nem um ovo de carriça,/ E que o sapo é uma obra prima para o mais exigente,/[…]E que a vaca ruminando com a cabeça baixa supera qualquer estátua,/E que um rato é milagre suficiente para fazer vacilar milhões de infiéis.»"
José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)
25.09.11
Wednesday, September 13
Tuesday, September 12
Tuesday, September 5
"Pensar não é ver tudo claríssimo, mas sim começar a não ver nada claro o que antes considerávamos evidente. O cepticismo acompanha sempre a filosofia, flexibiliza-a, dá-lhe sensatez: só os tontos nunca duvidam do que ouvem e só os néscios nunca duvidam daquilo em que acreditam."
Fernando Savater, Livre mente
Fernando Savater, Livre mente
Thursday, August 31
Sunday, August 27
Saturday, August 26
Tuesday, August 22
Saturday, August 12
Sunday, August 6
Thursday, July 13
Monday, June 26
Tolerância e democracia
"A tolerância nasceu, pois, como um valor do laicismo: foi um preservativo contra o zelo apostólico. Conserva este sentido clássico nos países teocráticos, como o são alguns de cunho islâmico. É uma demonstração patética de indigência intelectual entreter-se a discutir o se o "verdadeiro" Islão manda ou não cometer as atrocidades inquisitoriais que se levam a cabo em seu nome. Como o cristianimos ou o judaísmo, como as restantes religiões, o Islão mistura barbaridades crúeis, superstições absurdas e uma comovedora piedade humana, a partir de confusos e arcaicos textos e da voz sobreposta de mil clérigos: o intolerante não é o Islão, mas sim o seu poder político, o facto lamentável de continuar a ser a única ou principal fonte de legalidade em comunidades cujo pluralismo asfixia. Mas é claro que o nosso século também conheceu exemplos desta pretensão eclesiástica de se converter no referente unânime de sentido da vida social dentro de movimentos políticos não religiosos: os totalitarismos comunista e nazi, os nacionalismos ferozes, o racismo e a xenofobia, até o produtivismo à outrance e a santificação exclusiva do lucro econónimo (cuja contrapartida não é o desinteresse franciscano, mas sim interesses igualmente materiais e racionais, embora de ordem diferente).
Nos países democráticos e nos que desejam vir a sê-lo, a tolerância já não é só uma reivindicação feita por indivíduos e grupos aos poderes políticos, mas uma exigência da comunidade a cada um dos seus membros, para que suportem pacificamente aquilo que desaprovam nos seus concidadãos. Deve ficar claro que viver numa democracia actual (e ainda mais na futura) equivale a coexistir com aquilo de que não gostamos, com o que consideramos errado ou mesquinho, com o que nos repugna ou não conseguimos entender. Democracia é um concerto discordante, uma harmonia cacofónica, pelo que exige mais lassitude no aspecto colectivo e mais maturidade responsável no campo pessoal do que outro sistema político. O que caracteriza o viver em democracia é sentir impaciência e desassosego; encontrar no comum um amparo genérico, mas pouco consolo gregário para as inquietações privadas. De modo que a tentação de se identificar com algo simples e vigoroso, que expulse incertezas e dissidências, é constante, sobretudo quando a educação não anda muito bem e a economia tão-pouco."
Fernando Savater, Livre-mente
Thursday, June 15
Sunday, June 11
A verdadeira cultura
"A cultura é a capacidade de ir contra a corrente e seguir a estética da inteligência."
Enrique Rojas, in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-03-11-O-grande-erro-do-seculo-XX-foi-acharmos-que-o-amor-era-so-um-sentimento-que-vai-e-vem.-Na-realidade-e-um-ato-de-vontade-e-inteligencia
Enrique Rojas, in http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-03-11-O-grande-erro-do-seculo-XX-foi-acharmos-que-o-amor-era-so-um-sentimento-que-vai-e-vem.-Na-realidade-e-um-ato-de-vontade-e-inteligencia
Tuesday, June 6
Sunday, May 28
Saturday, May 27
The shepard in love
I don't regret what I was before.
For I am still what I was.
I only regret not having loved you before.
Fernando Pessoa by the amazing hand of Richard Zenith
For I am still what I was.
I only regret not having loved you before.
Fernando Pessoa by the amazing hand of Richard Zenith
Tuesday, May 23
Thursday, May 4
Un cuento de hadas que siempre acaba bien
Bésame no dudes ni un segundo de mi alma,
Alteras mis sentidos, liberas mis alas.
No cabe tanto amor en esta cama
Si me dejaras…
Qué bueno es sentir que suspiro de nuevo.
Que tu roce y mi roce juntos forman fuego.
Delicada llama que nunca se apaga.
Sin ti yo me pierdo,
Sin ti me vuelvo veneno,
No entiendo el despertar sin un beso de esos,
Sin tu aliento en mi cuello.
Tuesday, May 2
So it goes
“How do you cause people to believe in an imagined order such as Christianity, democracy or capitalism? First, you never admit that the order is imagined.”
Yuval Noah Harari
Estranhezas
Ontem vi um vermelhinho, ao pé de Santa Apolónia. Parei a olhar as curvas mecânicas, surpreendida por ainda existir o modelo, por eu me lembrar de como carinhosamente o chamava. Procurei semelhanças com as memórias que tinha dele e contudo... Só me encontrei a mim: como fui, como amei, como sou ainda. Lembrei-me de como descobri porque dizem que o amor vive no coração - porque é no peito que late a dor do coração partido-metáfora, de como essa dor persiste para lá do amor.
Contei-lhe sobre isto mais tarde, estranhezas da vida que encontramos na rua às vezes. Explicações macabras e hesitantes a quem foi devolvido conforto (e até promessas daquilo que é impossível prometer). A ti, não te disse nada.
Não irias entender.
Monday, May 1
Friday, April 21
Saturday, April 8
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes
Friday, April 7
Tuesday, April 4
Saturday, March 11
Aedh Wishes for the Cloths of Heaven
Had I the heaven's embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light;
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.
W. B. Yeats
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light;
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.
W. B. Yeats
Friday, March 3
Thursday, March 2
Wednesday, March 1
Whenever you throw stones into the sea
It sends ripples through me.
Dunya Mikhail
http://www.wordswithoutborders.org/dispatches/article/the-translator-relay-kareem-james-abu-zeid-jessie-chaffee
It sends ripples through me.
Dunya Mikhail
http://www.wordswithoutborders.org/dispatches/article/the-translator-relay-kareem-james-abu-zeid-jessie-chaffee
Saturday, February 25
Ver-te
Ver-te é como ter à minha frente todo o tempo
é tudo serem para mim estradas largas
estradas onde passa o sol poente
é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar
se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado.
Quando te vejo e embora exista o vento
nenhuma folha nas múltiplas àrvores se move
ver-te é logo todas as coisas começarem é
tudo ser desde sempre anterior a tudo.
Ver-te é sem tu me veres eu sentir-me visto
sentir no meu andar alguma segurança mínima
caminhar pelo ar a meio metro da terra
e tudo flutuar e ser ainda mais aéreo do que o ar
ver-te é nem mesmo pensar que deixarei de ver-te
Ruy Belo
é tudo serem para mim estradas largas
estradas onde passa o sol poente
é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar
se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado.
Quando te vejo e embora exista o vento
nenhuma folha nas múltiplas àrvores se move
ver-te é logo todas as coisas começarem é
tudo ser desde sempre anterior a tudo.
Ver-te é sem tu me veres eu sentir-me visto
sentir no meu andar alguma segurança mínima
caminhar pelo ar a meio metro da terra
e tudo flutuar e ser ainda mais aéreo do que o ar
ver-te é nem mesmo pensar que deixarei de ver-te
Ruy Belo
Wednesday, February 22
A kind of hush
" So listen very carefully
Get closer now and you will see what I mean
It isn't a dream
The only sound that you will hear
Is when I whisper in your ear I love you
For ever and ever"
Sunday, February 19
"Se calhar o que ela não consegue encarar é ter de me explicar. Ou talvez não tenha mesmo tempo. Sabes, nós achamos sempre que há esta ou aquela razão e não paramos de procurar as razões. E eu podia contar-te muitas coisas que fiz mal Mas eu acho que a razão pode ser uma coisa que não se encontra facilmente. Talvez uma pureza do seu carácter. Sim. Uma qualquer singularidade e rectidão e pureza, uma honestidade completa. O meu pai costumava dizer, das pessoas que não gostava, que não precisava delas para nada. Será que isso não pode ter um significado literal? A Penelope não precisa de mim.
Talvez ela não me suporte. É possível."
Alice Munro, in Fugas
Thursday, January 19
Guarda tu agora o que eu, subitamente, perdi
talvez para sempre ― a casa e o cheiro dos livros,
a suave respiração do tempo, palavras, a verdade,
camas desfeitas algures pela manhã,
o abrigo de um corpo agitado no seu sono. Guarda-o
serenamente e sem pressa, como eu nunca soube.
E protege-o de todos os invernos ― dos caminhos
de lama e das vozes mais frias. Afaga-lhe
as feridas devagar, com as mãos e os lábios,
para que jamais sangrem. E ouve, de noite,
a sua respiração cálida e ofegante
no compasso dos sonhos, que é onde esconde
os mais escondidos medos e anseios.
Não deixes nunca que se ouça sozinho no que diz
antes de adormecer. E depois aguarda que,
na escuridão do quarto, seja ele a abraçar-te,
ainda que não te tenha revelado uma só vez o que queria.
Acorda mais cedo e demora-te a olhá-lo à luz azul
que os dias trazem à casa quando são tranquilos.
E nada lhe peças de manhã ― as manhãs pertencem-lhe;
deixa-o a regar os vasos na varanda e sai,
atravessa a rua enquanto ainda houver sol. E assim
haverá sempre sol e para sempre o terás,
como para sempre o terei perdido eu, subitamente,
por assim não ter feito.
Maria do Rosário Pedreira
talvez para sempre ― a casa e o cheiro dos livros,
a suave respiração do tempo, palavras, a verdade,
camas desfeitas algures pela manhã,
o abrigo de um corpo agitado no seu sono. Guarda-o
serenamente e sem pressa, como eu nunca soube.
E protege-o de todos os invernos ― dos caminhos
de lama e das vozes mais frias. Afaga-lhe
as feridas devagar, com as mãos e os lábios,
para que jamais sangrem. E ouve, de noite,
a sua respiração cálida e ofegante
no compasso dos sonhos, que é onde esconde
os mais escondidos medos e anseios.
Não deixes nunca que se ouça sozinho no que diz
antes de adormecer. E depois aguarda que,
na escuridão do quarto, seja ele a abraçar-te,
ainda que não te tenha revelado uma só vez o que queria.
Acorda mais cedo e demora-te a olhá-lo à luz azul
que os dias trazem à casa quando são tranquilos.
E nada lhe peças de manhã ― as manhãs pertencem-lhe;
deixa-o a regar os vasos na varanda e sai,
atravessa a rua enquanto ainda houver sol. E assim
haverá sempre sol e para sempre o terás,
como para sempre o terei perdido eu, subitamente,
por assim não ter feito.
Maria do Rosário Pedreira
Saturday, January 14
"Não importava que a história já tivesse começado, porque há muito que o kathakali descobriu que o segredo das Grandes Histórias é elas não terem segredo nenhum. As Grandes Histórias são aquelas que já ouvimos e queremos voltar a ouvir. Aquelas onde podemos entrar e morar confortavelmente. Que não nos enganam com calafrios e finais acrobáticos. Que não nos surpreendem com o imprevisto. Que são tão familiares como a casa onde moramos. Ou o cheiro da pele de um amante. Sabemos como acabam, porém ouvimo-las como se não soubéssemos. Tal como, embora sabendo que um dia havemos de morrer, vivemos como se não o soubéssemos. Nas Grandes Histórias sabemos quem vive, quem morre, quem encontra o amor e quem não encontra. E, contudo, queremos saber de novo."
Arundhati Roy, O Deus das Pequenas Coisas
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