Hoje deitei-me ao lado da minha solidão.
O seu corpo perfeito, linha a linha,
derramava-se no meu, e eu sentia
nele o pulsar do próprio coração.
Moreno, era a forma das pedras e das luas.
Dentro de mim alguma coisa ardia:
a brancura das palavras maduras
ou o medo de perder quem me perdia.
Hoje deitei-me ao lado da minha solidão
e longamente bebi os horizontes
E longamente fiquei até sentir
O meu sangue jorrar nas próprias fontes
as mãos e os frutos, Eugénio de Andrade
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2 comments:
magnífico poema *.*
é assim que hoje me sinto
Sinto que esta poesia é ao mesmo tempo fresca e antiga, trazendo em si tão bem as primeiras coisas de há tanto tempo, novas mas conhecidas, e pululantes ainda. As mãos e os frutos. Volta-se a eles e têm sempre algo para dar...
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