Balduin passava os dias escondido debaixo da cama. Se alguém lhe pedia explicações pelo seu estranho comportamento, a criança limitava-se a esboçar um fraco sorriso. Balduin dormia debaixo da cama. Balduin lia debaixo da cama. Balduin vivia debaixo da cama.
Um dia, quando a cama caiu, Balduin morreu, como se fosse um gafanhoto debaixo de um sapato.
Paulo Rodrigues Ferreira, in A Prisão do Ético, 2009
Achado no Bibliotecário de Babel
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3 comments:
Tadinho do moço, não podia ele estar muito bem em baixo da cama, confortável, protegido, logo veio o autor do texto estragar tudo.
Eu acho este tipo de pequenos contos mórbidos os mais fascinantes. Há um outro autor francês que tb já publiquei aqui assim. Kafkaniano? :)
*Kafkiano, diz o priberam e diz o outro lado desta lua :)
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